Carlão Koch “Atleta, dirigente, professor e grande incentivador do esporte mourãoense”.

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Atleta, dirigente, diretor técnico e professor, essas são as funções com muita qualidade e competência que o Fera do Esporte Mourãoense do Resenha CM exerceu e ate hoje trabalha na carreira. Professor Carlão Koch conta a sua história no esporte e nas áreas que atuou em benefício do esporte mourãoense. Mais uma história boa que o nosso site traz e você acompanha a partir de agora.

            Natural de Peabiru, professor Carlão é casado com a professora Rosangela Koch, também de grande destaque no esporte mourãoense e que já foi destaque no nosso quadro Fera do Esporte Mourãoense. E pai de dois filhos, Fabrício e Paola.

            Carlão iniciou no esporte ainda criança influenciado pelo avô. “Iniciei na prática esportiva incentivado pelo meu avô paterno, que gostava muito de esportes, quando eu tinha apenas 6 anos, me deu um uniforme completo, camisa, calção, chuteiras e meias, e principalmente pelo meu Pai, que faleceu recentemente, ele foi um grande incentivador da prática de esportes e atividades físicas, e também pela convivência, na juventude, com meu irmão Ricardo Izidoro Koch, um palmeirense apaixonado, colecionador da antiga revista Placar e praticante inveterado do ”futebol de salão”.

            Mesmo o irmão torcendo para o Palmeiras, Carlão não se deixou levar e a paixão pelo Santos falou mais alto com incentivo da tia. “Eu e meu irmão dormíamos no mesmo quarto e eu acordava sempre ouvindo o grande locutor esportivo Fiori Giglioti. Conhecia mais do Palmeiras do que do Santos que é o time para quem comecei a torcer quando tinha 6 anos, quando fiquei sabendo que minha Tia Madrinha Margarida Quandt (in memorian) irmã do meu Pai, torcia para o Santos”. 

.           E o maior ídolo é nada mais e nada menos que o melhor jogador de todos os tempos, Pelé. “Para mim o atleta que mais impressionou pela sua habilidade acima da média foi o Pelé, além de jogar no Santos, foi um jogador exemplo de profissionalismo, nunca fez propagandas de bebidas alcóolicas e cigarros, e se cuidou muito enquanto jogava”.

            No ano de 1977 Carlão iniciava no atletismo. “Comecei no Atletismo porque queria ganhar medalhas e viajar, e também porque tinha dificuldades em treinar esportes coletivos, me convidaram para treinar basquetebol quando estudava no Colégio Estadual, mas recusei, por não me sentir à vontade. Minha primeira competição no atletismo foi nos Jogos Escolares, na época Jogos Estudantis, em Curitiba, em 1977. A primeira medalha veio em 1978 nos JEUPES – Jogos Estudantis da União Paranaense de Estudantes, em Arapongas, prata no salto triplo e bronze no salto em distância.”

            Poucos anos depois veio o interesse pelo voleibol. “No Voleibol iniciei jogando em competições municipais, os antigos Campeonatos Citadinos, quando jogava, além do Voleibol, também o Basquetebol e até Handebol. Aí, em 1984 comecei a treinar com a Seleção do Município e continuei jogando por mais 10 anos pelo município em competições Regionais e Estaduais, e o melhor resultado foi um terceiro lugar nos Jogos Abertos em 1986 em Paranaguá”.

            Dois atletas brasileiros de nível mundial e olímpico são as grandes inspirações para o professor Carlão. “No Atletismo me inspirava no João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo” que foi recordista mundial do Salto Triplo e um atleta fenomenal na sua época. No Voleibol admirava e gostava de ver jogar o Renan Dalzzoto, atual técnico da Seleção Brasileira Masculina, ponteiro, não era muito alto para os padrões do vôlei, mas tinha muita habilidade e foi da geração de prata, a que ganhou a prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, foi considerado o jogador mais espetacular do voleibol mundial na época.

            Carlão fala sobre a experiencia com as duas modalidades. “Tive facilidade em treinar o Voleibol porque vinha do Atletismo e não tinha problemas com a preparação física, que para muitos atletas era mais difícil, portanto, o Atletismo me deu uma base para treinar o Voleibol e também praticar muitas outras modalidades, tais como o Basquetebol, Handebol, Tênis de Mesa, Tênis, Futebol Suíço entre outras modalidades que pratiquei em nível municipal”. Carlão conquistou terceiro lugar no Voleibol nos JAP’s em 1986, em Paranaguá e Vice-Campeão do salto Triplo também nos Jap´s em 1982 em Umuarama, e 3º Lugar em 1980 em Apucarana.

            Na oportunidade Carlão cita que conciliar trabalho, treinamentos e estudos foram as principais dificuldades. “No início treinava de madrugada, estudava e trabalhava. Depois comecei a treinar à tarde, após o trabalho e estudava à noite. Já na faculdade, ia e voltava para Maringá todos os dias, treinava e trabalhava. Na época do Voleibol, trabalhava durante o dia e treinava à noite, depois da aula, pois alguns colegas, além de trabalhar de dia, ainda estudavam à noite, então teve um período em que treinávamos das 23 à 01 hora da madrugada, lá no Ginasião.

            Com apoio do irmão e do professor Itamar Tagliari, Carlão iniciou Educação Física na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Iniciei em 1980, passei no primeiro vestibular na UEM, com incentivo do meu irmão, pois não iria fazer inscrição para Educação Física, uma vez que não teria como cursar por ser curso diurno e na época era pago, então pretendia me inscrever em Direito, como ele, que era noturno, mas ele disse: “ Faça a inscrição e se você passar, daí resolve como fazer para cursar”,  e foi assim, passei e graças ao Professor Itamar Tagliari, que na época era Chefe do antigo Departamento de Esportes da Prefeitura, e depois se tornou secretaria, que me ofereceu uma oportunidade de trabalhar na prefeitura, então consegui concluir o curso no final de 1984, indo a Maringá todos os dias pelas manhãs  e retornando para trabalhar a tarde, noite, feriados e finais de semana, juntamente com o Professor Itamar e a Professora Silvana Casali, que também faziam a mesma maratona”.

            No ano seguinte Carlão entrou no Serviço Militar, porem não abandonou os estudos. “Ingressei no serviço militar, por vontade própria e também incentivado pelos comentários do meu Pai, que também havia servido o exército, me alistei e fiquei o ano todo na PE – Polícia do Exército, no Quartel General, no Pinheirinho em Curitiba, onde além das atividades militares também participei de várias competições esportivas nas mais variadas modalidades. Foi uma experiência muito importante para a minha formação pessoal, e apesar do interesse em seguir carreira quando entrei, depois percebi que não seria para mim, então findado o tempo de serviço, retornei para a Faculdade e para a Prefeitura”.

Itamar Tagliari. Grande incentivador de Carlão

            Há 37 anos atuando como professor, Carlão contribui e muito pela educação, apoio e incentivo ao esportes de crianças, adolescentes e universitários. “Trabalho como Professor de Educação Física desde 1985, quando iniciei no Colégio Santa Cruz e no ano seguinte comecei na Secretaria de Estado da Educação, onde estou até hoje com 40 horas, sendo 20 no Colégio Cívico Militar Darcy Costa no Ensino Regular, fundamental e médio, e 20 horas no Centro de Sócioeducação de Campo Mourão na modalidade de EJA – Educação de Jovens e Adultos, onde trabalho com adolescentes privados de liberdade. Trabalhei durante 11 anos, 2008 a 2019, na Faculdade Integrado como Professor do Curso de Educação Física, Licenciatura e Bacharelado, ministrando diversas disciplinas, entre as quais, Atletismo, Voleibol, Basquetebol, Pedagogia do Esporte, dentre outras.

            Como treinador Carlão participou de diversas competições com jovens estudantes representando Campo Mourão. “Como Técnico iniciei como Auxiliar-Técnico de Atletismo, quando o Professor Josué Santos era o Técnico, depois passei a Técnico de escolinhas de iniciação de Voleibol, Técnico de Voleibol Feminino, e diversas participações como Técnico de Equipes em Jogos Escolares em várias modalidades, tais como handebol, atletismo, voleibol, futsal, futebol, tênis de mesa, xadrez, basquetebol.

            Carlão cita as principais conquistas na área do esporte. “Não obtive títulos importantes, mas percebi a importância do esporte e da atuação do técnico, quando direcionada de forma correta, na formação das crianças e adolescentes que praticam as mais variadas modalidades esportivas”.

            O professor já participou de atividades esportivas da Coamo. “Também trabalhei na Coamo, na área esportiva e recreativa no período de 1983 a 2000, exercendo diversas funções em eventos dos mais variados possíveis, tais como professor de natação, ginástica, árbitro e também participamos da organização e realização da Copa Coamo de Futebol Suíço, Colônia de Férias, Acampamento, Festival Havaiano, Torneio Arcam Open de Tênis, Projeto Futuro dentre outros eventos e atividades”.

            Na Fundação de Esportes de Campo Mourão Carlão teve participação importante em dois momentos. “Na FECAM tive dois períodos distintos, de 1993 a 1996, quando fui Diretor Técnico, responsável por todas as modalidades do município, período em que desenvolvemos, juntamente com o Professor Jair Grasso e o então Secretário de Esportes Getúlio Ferrari Junior, o Projeto Empresa no Esporte, que na época alavancou e deu um aporte financeiro para o esporte mourãoense, proporcionando a sediação e a participação em diversos eventos esportivos Regionais, Estaduais e Nacionais”

            Cinco anos depois Carlão retornar para estar a frente da direção de eventos e juntamente com a equipe organizar diversos eventos que marcaram a cidade. “Retornei à FECAM no período de 2001 a 2004, quando atuei como Diretor de Eventos, responsável por todos os eventos esportivos e recreativos realizados pelo Município. Nestes anos, implementamos o Projeto da Terceira Idade, os Jogos Universitários, reativamos os Jogos Primários, criamos a Maratona Municipal de Truco, além de todas as competições e atividades esportivas e recreativas que já eram realizadas, as quais demos prosseguimento e incrementamos”.

            Durante a resenha Carlão fala sobre o esporte mourãoense. “Não tenho acompanhado muito de perto, mas tenho percebido que o Atletismo, o Futsal e o Basquetebol tem se destacado no cenário estadual e nacional, e no caso do Atletismo até internacional. Fiquei contente ao saber do projeto para a construção da nova pista de Atletismo no Estádio RB. Mas a pandemia fez com que tudo se retraísse, de uma certa forma, então, ainda estamos passando por uma fase difícil e que exigiu dos Dirigentes, Técnicos e Atletas uma mudança radical nas suas práticas diárias, porém, a própria pandemia veio nos mostrar a importância da prática de atividades físicas e as alternativas que surgiram para não nos tornarmos sedentários, mesmo em isolamento social e mediante todas as dificuldades.”

            Em 2004 Carlão foi eleito vereador em Campo Mourão, professor fala da experiencia no poder Legislativo. “Apesar de considerar uma experiência válida para mim, não consegui desenvolver projetos em prol do esporte, a não ser apoiar na destinação de recursos previstos em orçamento, e uma Lei que elaboramos e foi aprovada, que prevê a prática regular de Xadrez nas séries iniciais do Ensino Fundamental nas Escolas municipais, mas que ainda não foi colocada em prática na sua essência. Considero que não consegui colaborar de forma efetiva para o esporte mourãoense enquanto vereador, tanto quanto desejaria quando me propus ao ser candidato”.

            Atleta, professor, dirigente, Carlão fala das responsabilidades e do aprendizado que teve em cada uma das funções que exerceu e trabalha ate hoje. “Aprendi muito durante cada período, mas o principal é que devemos agir com honestidade e responsabilidade em tudo o que fazemos. Enquanto atleta  você tem que atingir resultados que dependem de você e da sua equipe, como dirigente os resultados não dependem diretamente da sua participação efetiva, mas de ações que desenvolve de forma paralela ao processo, já como técnico acredito que seja uma das funções mais difíceis no esporte, pois você não tem uma ação direta nos resultados, mas, em muitos momentos é cobrado como se estivesse em quadra ou campo, como o responsável final pelo resultado, no entanto, ao mesmo tempo em que é um trabalho que não é devidamente reconhecido, ele se torna  desafiador e gratificante”

            Destaque como professor de Educação Física, Carlão fala sobre a profissão. “Como Professor de Educação Física, minha esposa Rosangela Koch sempre disse que “o nosso trabalho é proporcionar aos alunos as diversas formas de práticas corporais por meio dos esportes, lutas, ginásticas, danças, jogos e atividades físicas que os desafiem a reconhecer os seus potenciais e superar os seus limites, para poderem então analisar as alternativas que lhes possibilitem ter uma melhor qualidade de vida mediante a sua realidade atual e futura”. Confesso que, por deficiência minha, não consigo seguir a risca estes preceitos, mas na medida do possível vamos tentando atender os anseios e necessidades dos alunos de acordo com a nossa realidade e com as condições que nos são oferecidas”.

            E o que é o esporte na vida do professor Carlão? Ele responde. O que sou hoje eu devo ao esporte e a Educação Física, minhas conquistas materiais e profissionais foram e são pela formação e atuação que tive no Esporte e Educação Física, inclusive, no aspecto pessoal, conheci minha esposa Rosangela Koch quando trabalhamos no Colégio Santa Cruz, e a partir daquele período estamos juntos até hoje, e também meus filhos Fabricio e Paola sempre praticaram e ainda hoje praticam esportes e atividades físicas como forma de entretenimento e qualidade de vida”.

            E os grandes aprendizados na vida por meio do esporte. “Aprendi muito com o esporte, principalmente a disciplina, respeito as regras e o fato de que os resultados são uma consequência do seu esforço individual e coletivo, mas que nem sempre representam tudo, pois, assim como a felicidade não é somente um ponto de chegada mas a viagem como um todo, no esporte, tudo o que você faz para atingir um resultado as vezes é mais importante, gratificante e o torna mais feliz do que o resultado em si, até porque se não fosse assim,  a grande maioria dos desportistas seria infeliz, uma vez que há apenas um lugar no pódium para o Campeão, mas nem sempre a medalha ou o título são o mais importante”.

            Para finalizar a resenha Carlão fala dos projetos futuros para o esporte. “Hoje não penso em atuar profissionalmente na área Técnica, pretendo continuar na minha função de Professor e contribuir da melhor forma possível no processo educacional, que aliás está tentando voltar ao seu normal, se é que podemos dizer assim, depois de um período de pandemia, que esperamos se finalize em breve. Espero que as políticas públicas possam privilegiar a Educação e o Esporte em seu nível de iniciação e formação para que proporcione um futuro promissor para aqueles que possuam habilidades e ao mesmo tempo possibilite a prática recreativa para a grande maioria que não são atletas, mas gostam da prática esportiva, recreativa e de lazer”.

Fotos: Arquivo Pessoal Carlao

Foto Itamar: Irineu Ricardo

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