Luciano Holler

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Hoje no quadro Guerreiro das Artes Marciais do Resenha CM, Luciano Holler contará um pouco a história de um mourãoense campeão do Karatê nacional.  Atleta do karatê-DO shotokan é fera da modalidade em competições estadual, nacional e internacional.  Uma resenha muito boa que vocês acompanham a partir de agora.

            Por influencia da mãe, que é a grande inspiração de Luciano o guerreiro das artes marciais iniciou com cinco anos na modalidade. “Fui matriculado muito cedo por minha  mãe que, buscava na atividade mais do que apenas uma atividade física, buscava também algo que pudesse ajudar a consolidar os valores familiares que ela já me oferecia” Disse Luciano

            Luciano superou as dificuldades na modalidade. “Fui um aluno que apresentava grandes dificuldades, mas que desejava profundamente supera-las, só me destaquei esportivamente após muitos anos participando sem resultados expressivos nas competições, lembro-me que o choro era fácil ao observar os resultados positivos de minha irmã”.

             Uma grande dificuldade logo no começo foi com um professor que não tinha habilidade para lidar com crianças. Alguns anos depois conheceu um grande mestre que apresentou a modalidade “Foi uma experiência não muito promissora já que o profissional em questão não apresentava habilidades para trabalhar com a idade que eu apresentava, posteriormente fui iniciado já aos 10 anos a quem considero como meu mestre Mário Ronei Bento que foi quem me apresentou um verdadeiro karatê e me conduziu durante anos a uma abertura para o aprendizado constante dessa arte”.

            E para um atleta de artes marciais? As grandes dificuldades? Luciano explica. “Acredito que a maior dificuldade de um artista marcial quando decide ser também um atleta é manter muito claro em sua mente que as duas coisas são distintas e que deve usar o período que está vivendo no esporte para aperfeiçoar principalmente a forma como lida com seus próprios sentimentos além desse principal desafio romper o amadorismo como o esporte em geral é gerido no país também pode ser um desafio, mas de qualquer forma a gestão correta de nossos objetivos com a prática supera esses desafios”.

            Luciano cita os grandes incentivadores de sua vida na carreira como atleta.  Foram muitos grandes atletas que vi competir nesses anos todos, quando garoto alguns nomes se destacaram “Elias Andrade” por exemplo, entre muitos outros monstros da YOBUKAN um forte grupo de Curitiba, do qual tive a oportunidade de ver competir e até fazer parte Celso Soares, Ronei Alberti, Márcio Muniz, Luiz Lvan entre outros excelentes atletas que me impressionaram não apenas pela técnica e habilidade, mas por sua humildade e caráter”.

            Em 1994 conquistou a primeira medalha. “Eu competi dos 10 aos 14 anos sem ganhar uma única medalha até que em 1994 cheguei a final do campeonato paranaense na cidade de Marechal Cândido Rondon, venci a luta nos últimos segundos com um golpe que me lembro bem, foi uma reação praticamente motivada pelo medo diante da investida do meu adversário, naquele momento percebi que o grande segredo era fazer substituições e, a partir daí eu sempre foquei nisso, em ser realista comigo mesmo e buscar significar o que sentia durante os momentos de maior dificuldade; e fui amadurecendo, até poucos anos depois chegar a seleção brasileira e representar nosso país do outro lado do continente”

            São mais de 500 medalhas na carreira. Uma conquista especial entre tantas foi em 1996 com o vice-campeão mundial  Foi representando o Brasil em 1996 no Canadá  quando fui vice campeão mundial aos 16 anos lutando em uma categoria que ia até 18, além desse, esportivamente já ganhei muitas medalhas representando o país em eventos internacionais por mais de dez vezes além é claro, de representar nosso estado, cidade e família; mas a conquista que considero a principal é a família que construí em volta de uma vida dedicada ao uso do karatê em nossas vidas”.

            Luciano fala do grande aprendizado que o esporte oferece. “O grande aprendizado é a liberdade , quando descobrimos que não estamos a serviço do esporte ou da modalidade e sim que, ela existe e foi criada para melhorar as condições de vida das pessoas, essa liberdade nos conduz a diferenciar o que é verdade e o que é mentira, não apenas no esporte ou nas organizações que organizam a prática esportiva ou marcial mas principalmente em nossa vida.

            E a preparação de uma luta? Luciano cita sobre a preparação para uma competição, para uma luta. “Cada indivíduo é muito particular e único, não existindo uma preparação ideal se pensarmos em generalizar, cada atleta com quem trabalho exige um olhar diferente para cada aspecto de seu desenvolvimento, no meu caso em particular eu procuro fazer um ciclo onde periodizamos as competições que são prioritárias, onde buscamos um resultado melhor e utilizamos as outras para treinar alguns fundamentos, se faz importante na preparação de todo atleta uma equipe multidisciplinar integrada que executa de forma planejadas tudo isso, respeitando essa individualidade”.

            Luciano fala dos treinamentos em preparação para uma competição. “Trabalhamos as competências físicas do atleta, após isso fazemos a parte técnica de cadeia fechada e repetição de golpes entre outras técnicas que serão utilizadas no processo final, próximo do evento buscamos um trabalho em cadeia aberta onde são comuns a simulações de situações e a resolução de problemas para deixar a velocidade de reação afinada para o combate.

            Na resenha Luciano falou sobre a modalidade no Brasil. “O karatê esportivo está em grande evolução em nosso país a pensar da grande divisão de entidades que ainda perdura por interesses econômicos e não do desenvolvimento do esporte e das potenciais influências positivas aos seus adeptos estamos em um caminho sólido de aberturas e reflexões para que no futuro as coisas sejam ainda melhores, tenho grandes amigos em todas as entidades, tenho alunos e ex-alunos participando em entidades diferentes e apoio os desejos de cada um incondicionalmente e torço para que esse seja o futuro da amoralidade “liberdade de escolha é um direito”.

            O Karatê vai estrear como modalidade olímpica nas olimpíadas de Tóquio. Luciano fala da expectativa da modalidade ser olímpica. “Ser modalidade olímpica é extremante importante para um esporte praticado no mundo todo, isso abre portas e possibilita visibilidade para as entidades, o que pode e, tem revolucionado o karatê esportivo. Existem manifestações contrárias e, eu as respeito, mas acredito que quem decide os rumos da atividade são as pessoas que a praticam e, as mesmas tem condições de identificar se a modalidade está lhe oferecendo aquilo que procura, competir no karatê não é uma obrigação e sim uma opção pessoal, a prática do karatê clássico vai muito além do esporte.

            Luciano concluiu a resenha falando da importância das artes marciais. “Uma ferramenta que, quando bem empregada pode e transforma vidas, não apenas fisicamente mas sim existencialmente, norteando seu praticante em um caminho de conhecimento pessoal intransferível, é vital para uma sociedade melhor. Mesmo aos 41 anos eu ainda me sinto ansioso e, por isso continuo a competir, hoje talvez a vitória por si só não é mais o foco mas, competir em alto nível com os atletas mais jovens me move constantemente”.

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