Artilheiro nato, campeão da Liga Nacional, o Resenha CM tem mais uma vez o privilégio de trazer a história de um destaque e artilheiro do Futsal Brasileiro. Hoje no quadro Craque da Bola, Well fala sobre sua trajetória na modalidade, títulos, jogadas e faro de gol que sempre teve pelas equipes por onde passou. Mais uma entrevista especial que o Resenha CM traz para você acompanhar e conhecer um pouco sobre mais um craque.
E a história do nosso craque da bola vem de encontro com a construção do Ginásio de sua cidade natal. “Eu sempre falo, eu comecei a jogar bola quando eu aprendi a ler, a prefeitura construiu um ginásio perto de casa, no caminho da escola eu vi uma placa escrito Escolinha de Futsal. Pedi para minha mãe me levar e ela foi comigo. Quando chegamos lá não tinha idade para iniciar, com insistência da minha mãe o treinador deixou e pediu para irmos em uma quinta-feira. Treinei nesta data e o professor pediu para que minha mãe fizesse a ficha que eu ia continuar treinando. Duas semanas depois o time da cidade, o União Mauá estava montando o time e precisando de jogadores mais novos e já me levou e comecei as competições”.
Well fala das principais dificuldades na carreira. “Foi quando eu fui para o futebol de campo, fiquei quatro anos sem jogar futsal, aí depois de um período voltei para o futsal. A escolha foi muito difícil porque gostava do campo e do futsal, os dois não dava para seguir. Joguei dois anos do Santo André, dois anos do São Bernardo. Estava com profissionais, treinando rotina com os atletas. A decisão de voltar para o futsal foi difícil e com a perseverança de acreditar que as coisas dariam certo, fiquei três anos rodando o Brasil para ter a oportunidade’.
Os pais sempre estiveram juntos e foram os grandes incentivadores. “Quando estava no campo vi tanta coisa, tantas injustiças, estava cansado e queria desistir e parar. Meu pai que ajudou, conseguiu falar no Palmeiras e me deu dinheiro para treinar e as coisas começaram a dar certo. Se não fosse ele, não teria feito teste e não teria dado certo”.
Lenisio é o grande ídolo de Well. “Na minha função, o que mais gosto de fazer é o gol e a trave para ele (Lenisio) não era três por dois, era muito maior, uma grande inspiração que vi jogar, tive o prazer de estudar com ele e depois de trabalharmos juntos. Dentro do esporte sou abençoado pois trabalhei com grandes jogadores, agradeço ao futsal por poder jogar ao lado dos melhores’.
Na ocasião Well revela o maior sonho. ‘É dar uma vida tranquila para minha família, meus filhos, minha esposa, agradeço todos os dias pelas oportunidades, pelo que eu conquistei até aqui, ganhar e ser artilheiro da Liga Nacional de Futsal. Claro que eu tenho sonho de jogar uma Uefa e Champions do Futsal. Tive uma primeira fase muito sofrida na minha carreira e quero nesta segunda fase da minha carreira focar na minha família, quero ser feliz acima de tudo”.
Well cita que todos os treinadores que passaram pela sua carreira foram importantes. “Tive grandes treinadores pude extrair algo, de aprendizado e todos foram importantes e tenho um carinho enorme no coração. Dois jogos não saem da cabeça de Well a final da Liga Nacional 2018 e final da Copa Catalugna contra o Barcelona e fazendo gol do título.
O nosso craque da bola já atuou pelo Palmeiras, Bento Gonçalves, Paranavai, São Caetano, Jaraguá, Pato, Copagril, Intelli, Industria Santa Colônia, Magnus Futsal e agora no futsal da Malasia. Dentre os títulos na carreira estão títulos da Liga Nacional, Liga Sul, Taça Brasil, Mundial Universitário, Copa Catalunha, Paulista 2022, Copa Gramado. “Ser artilheiro da Liga Nacional foi um presente de Deus, foi minha primeira liga que pude começar uma temporada, que joguei desde o início, grande divisor de aguas para minha carreira’.
Os gols inesquecíveis foram na semifinal da Liga Nacional de 2018 contra o Magnus. “No primeiro jogo estávamos perdendo de 3 a 1 e fiz dois gols que empatou a partida. E no jogo de volta no tempo normal o jogo foi 2 a 2 também com dois gols meus. Na prorrogação classificamos a equipe para final e depois conquistarmos a Liga, primeiro título de uma equipe paranaense’.
O gol mais bonito escolhido foi na Copa do Rei da Espanha contra o Tenerife. “Foi uma jogada dentro da área, peguei de bicicleta e a bola bateu no travessão, pingou dentro do gol e nem chegou balançar a rede’.
E por falar em gol, o craque da bola de hoje sempre teve muita afinidade em fazer a rede balançar. “O gol me acompanha desde pequeno, eu sentia falta disso no campo, joguei atacante, meia, volante e de zagueiro. E eu sentia falta de jogar na frente, de fazer gol, uma sensação que eu gosto de fazer, tenho paixão pelo gol. Hoje de maneira especial, tenho meu filho faço a comemoração para ele e ele retribuiu’.
A equipe do Pato Futsal de 2018 é lembrada com muito carinho por Well. “Acho difícil encontrar com as mesmas características dentro e fora de quadra. Time unido nos jogos e fora, fazíamos churrasco, nos divertíamos. Prazer de treinar e estarmos juntos. O carinho por aquele grupo é muito grande”.
Na oportunidade Well fala em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Chegar na seleção é um sonho e que fui agraciado por Deus por essa oportunidade, fui tão abençoado porque pude jogar com o Falcão na seleção. Pude dividir o vestiário com ele, foi único”.
O artilheiro fala das alegrias que a modalidade trouxe para sua vida ’Por onde eu passo as pessoas me respeitam pelo meu caráter, pela minha índole, ganhar o respeito das pessoas, deixar esse legado é de muita alegria. E a maior decepção somente com algumas pessoas que fazem esporte. Futsal só me trouxe coisas boas, sou grato por trabalhar com o que eu gosto, me dá oportunidade de colocar comida na minha mesa”.
Durante a resenha Well fala em jogar fora do país. “É positiva, grandes descobertas, muito bom pra mim e minha família, as dificuldades aparecem por não estar no seu país, no seu habitat natural, todo atleta deveria ter essa oportunidade, é um aprendizado e enriquecedor. Devo encerrar a minha carreira por aqui e aproveitar o máximo”.
Todo atleta já passou algum perrengue ou história engraçada e com Well não foi diferente. “Aconteceu na Itália, tínhamos uma viagem de 10 horas de ônibus, foi na época de pandemia e na viagem passada fomos sem almoçar. Nós tínhamos reclamado e fizeram uma lasanha para o time inteiro, só que estava muito frio e colocaram os alimentos no bagageiro e quando fomos almoçar a lasanha estava quase congelada. Fui ao banheiro e deixei minha lasanha e encontrei um dos diretores e ele me disse o Well vai deixar sua Lasanha lá? ela vai esfriar. (risos). Situação que deixou a gente bravo na época mas hoje lembramos com risada’.
Tem evoluído cada vez mais, internet trazendo visibilidade, tem muito a crescer, mas falta mais organização no Brasil, é desorganizado, brigas entre liga e federação, é difícil , falta muito pra evoluir e aprender em prol do futsal. Espero que isso possa acontecer o quanto antes
Well monta o time com os melhores com quem atuou.
Goleiro Djony
Fixo Neto
Ala Esquerdo: Danilo Baron
Ala Direita: Leandro Lino
Pivô: Wilde
Treinador: Fernando Cabral