Hoje o quadro Time do Coração traz a historia de um corinthiano raiz que hoje conta um pouco do seu amor pelo timão. Professor Luiz Augusto Previate, Batata, conta sobre sua história, alegrias, decepções e conquistas com o time do Parque São Jorge.
E tudo começou em uma final do Campeonato Paulista de 1983. “Muitos parentes em casa, todos corinthianos, torcendo, creio que atmosfera ali me contagiou, meu pai, tios e primos todos naquela emoção acabei sendo levado e me tornando mais um no bando de loucos”.
O incentivo a torcer pelo timão veio de berço, com os familiares. “? Acredito que foi o fato familiar, venho de uma família de corinthianos, meu pai e meus tios mais velhos acompanharam todo o tempo de fila. Cresci ouvindo jogos na Rádio Bandeirantes, Fiori Giliotti e na Rádio Globo – Osmar Santos. Mais uma vez destaco que o ambiente familiar foi determinante para minha escolha pelo Timão”.
Marcelinho Carioca é o maior ídolo de Batata no Corinthians. “Eu gosto de dividir a História recente do Timão em antes e depois do Marcelinho. A chegada dele em 1994 muda nosso patamar, passamos a bater de frente com o rival – cheio de leite italiano. Ele encarnava a camisa do Timão como segunda pele mesmo. Toda vez que eu o assistia em campo era como se um torcedor estivesse defendendo o nosso manto”.
A primeira vez no estádio não traz boas recordações, mas em 2022 da ultima vez que acompanhou o Corinthians foi um momento especial na vida de Batata. “Demorei para ver o Timão em campo, somente em 2001, última rodada do Paulistão, fomos em Presidente Prudente assistir o jogo contra o São Paulo. Não foi uma boa “estreia” minha, nós perdemos, porém naquele ano fomos campões derrotando o Botafogo de Ribeirão Preto. Mas a experiência de ver ao vivo o Timão foi maravilhosa. Vi ao vivo Ricardinho, João Carlos, Gil, Ewerthon. Em 2022, essa foi especial, porque levei meu filho comigo pela primeira vez. Vitória na Arena contra o Athlético Paranaense, mas a felicidade de ver o meu filho no estádio junto comigo foi maravilhoso. Ver ele cantando as músicas entoadas no estádio não tem preço”.
A conquista da Libertadores foi o titulo que o professor mais comemorou com o Corinthians. “Toda aquela atmosfera ao redor da campanha, o sofrimento do jogo contra o Vasco que estava vendo sozinho em casa e poder assistir a final com meu irmão, tios e primos. Um grande churrasco rolando, parentes antis presentes, e o Sheik detonando…. a festa foi até de madrugada, e conversando com um aluno/amigo que estava no Pacaembu relatando tudo que ocorria em São Paulo”.
A decisão do mundial de 2012 ele assistiu na casa do irmão. “ . Pior que na casa do vizinho a transmissão estava ‘adiantada’, imagina a tensão quando o Chelsea fez aquele gol que foi anulado. A sensação foi maravilhosa, mais na Libertadores, afinal Mundial nós já tínhamos. Mas deu aquela sensação de mostrar ao mundo quem era o Poderoso Timão e acabar com aquela piada de que ‘corinthiano não tinha passaporte’.
Por outro lado o ano de 2007 foi trágico para o torcedor corinthiano e também para Batata com o rebaixamento do Corinthians para a série b do Campeonato Brasileiro. “é de longe a maior decepção, nada se compara com aquele domingo em dezembro de 2007. Eu trabalhava em um Cursinho pré-vestibular e no domingo a tarde estávamos com plantão de véspera e acompanhando o jogo… até o final acreditei, mas ficou uma sensação de perder alguma coisa, alguém próximo, difícil de explicar”.
Na oportunidade Batata cita os gols especiais que ele viu do Corinthians. “Gol importante vou destacar o do Tupãzinho em 1990, eu entrava na minha adolescência e a zoação era grande pelo fato de não termos o Brasileirão – nessa época ninguém ligava para Libertadores, e aquele gol na final do campeonato deu uma alegria para minha geração e para os mais velhos que foi incrível. O gol mais bonito o do Marcelinho Carioca em 1996 na Vila Belmiro contra o Santos, que até o Rei aplaudiu o gol”.
O professor diz que não fez nenhuma loucura pelo timão, um fato pode ser considerado como loucura. “Em 2008, minha ex esposa estava praticamente nos dias de dar a luz ao meu filho e eu fui para São Paulo assistir o primeiro jogo do Timão na Série B, tipo 15 dias antes do meu filho nascer. Correu tudo bem, graças a Deus, e o Filipe nasceu dias depois, eu já estava em casa”.
Corinthians e Palmeiras é a grande rivalidade o futebol paulista e nacional, Batata lembra jogos que marcaram positivamente e negativamente. “A final de 1995, aquela vitória com gols de Marcelinho e Elivélton foi fantástico. Na época rolava uma piada conosco do “Tele-vice: ligue 0800-939495”, zoando as derrotas dos anos anteriores. Derrotar aquela máquina do leite italiano teve um sabor diferente. Timão jogou demais naquela tarde. O pior ou melhor os piores foram as derrotas nos pênaltis nas Libertadores 1999 e 2000”.
Pode dois mundiais com uma libertadores? Professor Batata responde. “ Lógico que vale. FIFA organizou, Blatter entregou a taça, até hoje no site da FIFA está lá. Quem não tem, azar, lute para conquistar o seu. Nós temos dois”.
Durante a resenha Batata fala de um fato que quase pareceu um preconceito dentro de uma livraria. “Voltando em 2008 da estreia na Série B, numa parada na Rodovia Castelo Branco, eu estava com moletom de capuz e camisa do Timão por cima da blusa, mochila nas costas… entro em uma livraria procurando Max Weber e Platão…. o atendente me olhou de baixo a cima umas três vezes, tipo assim… ‘corinthiano lendo Platão e Werber?’… faz parte. Vai Corinthians”.
Batata faz uma avaliação do Corinthians nos últimos anos. “ A continuidade do grupo político do Andrés creio que causou um endividamento grande do Timão, hoje não temos poder financeiro para competir com os nossos rivais em termos de contratações de impacto. Assim fomos atrás de antigos jogadores, com ótimas passagens no Timão, mas que nos últimos anos não resolveram. Hoje estamos sem rumo, o novo presidente fala muito, mas pelo jeito não entende muito de mercado ou negociações. Não está fácil acompanhar o time, mas como corinthiano não desisto e sempre acredito que vai dar certo”.
O que é ser um torcedor do Corinthians? Professor Batata responde “Ser um torcedor Corinthiano é um estado de espírito difícil de explicar. Torcer por esse time não se resume a ganhar títulos, muito pelo contrário, torcer pelo Timão é estar do lado de quem dificilmente ganha, mas acredita que tudo pode mudar, ‘se aquela bola entra’… ser corinthiano é não perder a esperança nunca, é querer que vai dar certo. É sofrer na quarta feira e acordar esperançoso no domingo, isso é ser Corinthians.
No final da resenha Batata fala o que o Corinthians representa para ele. “É parte da minha vida, quanta coisa aprendi estudando a História do Corinthians, quantos amigos fiz graças ao Timão. Mesmo sendo o futebol a coisa menos importantes entre as mais importantes, é difícil imaginar a minha vida sem o Corinthians. Não digo que seja uma religião, mas não consigo ficar sem acompanhar.
Batata monta o time do Corinthians de todos os tempos
Goleiro: Cássio
Lateral Direito: Edson Boaro
Lateral Esquerdo: Kléber
Zagueiro Direito: Marcelo Djan
Zagueiro Esquerdo: Gamarra
Volante: Vampeta
Volante: Paulinho
Meia direita: Sócrates
Meia esquerda: Zenon
Atacante: Luisão
Atacante: Sheik
Técnico: Jair Pereira