Mauricio Madruga “Ser São Paulino é acreditar que o time ainda voltará a ser um dos grandes do Brasil e do Mundo”

O São Paulo volta a ser tema no nosso quadro Time do Coração e Mauricio Madruga conta sobre o amor que tem pelo tricolor paulista. Desde pequeno quando treinava atletismo no Morumbi até os dias de hoje sempre acompanhou o clube do coração de perto ou pela Tv e os meios de comunicação.

            A história com o São Paulo começou na infância. “Quando tinha 7 anos eu comecei a treinar atletismo pelo São Paulo. Como minha irmã também treinava Voleibol pela equipe, de segunda à Domingo eu frequentava o clube. Os treinos do atletismo eram, em sua maioria, na pista do Estádio do Morumbi. Eu assistia todos os treinos do São Paulo que eram realizados ali. Acompanhava bem de perto, ao ponto de ficar correndo atrás das bolas que saiam do campo e devolver para os jogadores”.

            Sendo atleta do clube, Mauricio teve a oportunidade de conhecer os craques do São Paulo na época. “Era comum esbarrar com craques como Raí, Muller e Zetti, além da comissão técnica, como Telê Santana, no nosso dia a dia. Por estarmos sempre ali, sempre éramos convidados a entrar com os jogadores em campo, nos jogos. Uma recordação que tenho é de entrar ao lado do Raí, em um jogo do Paulistão contra o São José, no dia das Crianças, em 1991. Tem até uma reportagem no Youtube. Então com essa proximidade com os jogadores, em uma equipe que ganhava tudo, não tinha como ter uma paixão diferente”.

            E por incrível que pareça foi incentivo do pai santista que começou a história de torcedor do São Paulo. “Em uma família de Santistas roxos, agradeço sempre ao meu pai por me incentivar a praticar o esporte ali no clube. Como ele sempre me incentivou nos treinos e nas competições, mesmo ele sendo Santista, indiretamente foi ele que me incentivou a torcer pelo São Paulo”

            Mauricio tenta transmitir para a filha o que é ser são paulino. “Hoje em dia é ter uma filha de 8 anos e não conseguir explicar de onde vem essa paixão. Acho que todo são paulino precisa contar muita história para explicar aos mais novos os motivos de torcer pelo time. Mas da mesma forma, é acreditar que o time ainda voltará a ser um dos grandes do Brasil e do Mundo”

            Rogerio Ceni é o grande ídolo de Mauricio. “Pela história, pela dedicação ao clube e pelo personagem. Acho que o Zetti foi muito mais goleiro, mas o Rogério marcou mais na história do clube”.

            Final do Campeonato de 1998 ficou marcada para Mauricio e um gol especial foi inesquecível para ele e todos os são paulinos. “O gol do Raí na final do Paulista de 1998 contra o Corinthians. Era uma rivalidade absurda na cidade de São Paulo. O Raí voltou para jogar a final e fez aquela pintura de gol. Conquistamos o título em cima do nosso maior rival”.

            Dentre 92 anos de histórias foram várias equipes que marcaram época, Mauricio fala da equipe dos anos de 92 e 93. “Muitas saudades. Muito difícil montar uma equipe como aquela. Muitos talentos com vontade de ganhar. Habilidade e raça em uma mesma equipe. Tudo o que falta no São Paulo de hoje em dia”.  O tri campeonato brasileiro tricolor também deixou saudades. “É muito difícil termos uma equipe como aquela. A garra e vontade de vencer começava desde o banco, com o Muricy Ramalho. Passava pelo Rogério e Lugano, e se espalhava pela equipe. Como em 92 e 93, raça a talento juntos na mesma equipe. Muita vontade de vestir a camisa do São Paulo.

            A primeira vez no estádio foi acompanhando um clássico com o pai.” São Paulo e Santos no Morumbi pelo campeonato brasileiro de 1990. Fui com meu pai, Santista, assistir ao clássico. Não tenho muitas recordações do jogo em si, mas lembro do goleiro Sérgio, do Santos, ter agarrado muito. E a imagem do meu pai vibrando com o gol do Santos e também com o do São Paulo (setor família do estádio). “Flashs” na memória. Inesquecíveis”.

            Na oportunidade ele conta sobre a última vez no estádio no Brasil e também na Alemanha. ‘No Morumbi, foi na semi final da Copa Sulamericana de 2012 com minha esposa grávida de 5 meses. Naquela ocasião, jogo de torcida única, mas com muita confusão. Nem mesmo no setor para a família estava tranquilo.

O último jogo mesmo foi em Munique, na Alemanha, na Audi Cup de 2013. Estava a trabalho na cidade e assisti São Paulo e Milan na Arena do Bayer de Munique. Inesquecível. Por coincidência, fiquei hospedado no mesmo hotel do São Paulo. Fotos e autógrafos de todos. Inclusive com meu ídolo Rogério Ceni.”.

            E foi lá que Mauricio também quase perdeu o emprego por causa do time do coração. “Eu pude assistir ao jogo em Munique pela Audi Cup pois estava de estadia na cidade. Estava no lobby do hotel em uma reunião com minha equipe, passando as instruções para o dia de trabalho. Todos uniformizados representando nossa empresa. Em um momento, percebi que o Rogério passou atrás de mim. Parei o meu discurso e fui correndo atrás dele, gritando pelo lobby. Ninguém entendia nada uma vez que não eram brasileiros. Tirei minha foto e autografei a camisa. Quando voltei, tomei aquela sova do meu chefe. Quase me custou o emprego”.

            O título da Libertadores em 2005 foi o mais celebrado. “Assisti três partidas no Morumbi. Inclusive contra o Tigres, nas quartas de final, na qual o Rogério marcou dois gols e, se não me engano, perdeu dois pênaltis’. E a eliminação para o Talleres foi a grande decepção como torcedor. “Para um são paulino, isso é inadmissível. Entrar no torneio e ser eliminado logo na primeira fase, sem mesmo chegar a fase de grupos, é como o Brasil não se classificar para uma Copa do Mundo”.

            Mauricio cita que os torcedores o Corinthians são os que mais incomodam. “Mas de muito longe. Já enchiam a paciência quando só ganhavam campeonato Paulista e Copa do Brasil. Eram uns malas. Depois que começaram a ganhar tudo, complicou de vez”. E ele confessa que prefere assistir jogos sozinho. Hoje em dia Prefiro sozinho mesmo. Não suporto gente comentando o jogo ao lado.

            Durante a resenha ele faz críticas a diretoria do clube. “O clube está completamente endividado e continua contratando jogadores caros que não correspondem em campo. Perder passou a ser normal. Ninguém mais fica bravo por perder um jogo. Na minha opinião, teria que ser feita uma limpeza. Passar uns 2 ou 3 anos com jogadores da base e alguns mais experientes para colocar as contas em dia. Sem focar em títulos, apenas para quitar as dívidas e se manter nas principais divisões. Quando as dívidas amenizarem, começar do zero, contratando reforços corretamente, sem apelar para a torcida. Campeonato Paulista não paga as contas e qualquer outro campeonato a equipe está muito longe de conquistar. E para a cereja do bolo, a estrutura o clube está defasada. Anos atrás éramos exemplos de infraestrutura no estádio e CT, hoje quase todas as equipes grandes e até equipes médias possuem muito mais estrutura que o São Paulo”.

            Nosso convidado tem poucas esperanças com o time para essa temporada 2022. “Tenho uma pequena esperança na Copa Sul-americana. No Paulistão, Brasileirão e Copa do Brasil, o São Paulo sempre treme contra os rivais. Os jogadores ficam medrosos. Ainda mais agora com a volta do público, pegar Palmeiras e Corinthians em suas arenas, é derrota certa. Ano passado ganhamos o Paulistão porque todos os times abriram mão do campeonato. Jogamos contra nós mesmos”.

            No final da resenha Mauricio monta o São Paulo de todos os tempos que viu no estádio

Goleiro: Zetti

Lateral direito: Cafú

Lateral esquerdo: Serginho Zagueiros: Ronaldão e Lugano

Volantes: Mineiro e Hernanes.

Meia direita: Raí

Meia esquerda:

Denílson

Atacantes: Muller e Luís Fabiano