Katiucia, parananese destaque na arbitragem do futsal nacional

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Hoje nosso Resenha com as Minas está diferente e especial, uma entrevista com a arbitra Katiucia Meneguzzi que tem se destacado no comando dos jogos da Liga Nacional de Futsal e também estará na Taça Brasil nas próximas semanas, sendo a primeira mulher apitar a competição. Durante a resenha ela contará sobre a arbitragem, sonhos, dificuldades e muito mais. 

            Natural de Cascavel, Katiucia iniciou no esporte no Colégio. “No colégio e clube Tuiuti em Cascavel. Modalidades Natação. E nos jogos escolares, juventude e abertos Basquetebol. Futebol e Futsal feminino não faziam parte da modalidade nos jogos escolares, juventude durante meu período escolar. Joguei futebol de campo e futsal”. 

            Desde criança ela jogava futebol com os irmãos e primos, tornou-se atleta e técnica de futsal. “O esporte sempre foi incentivado pela família. Cheguei a jogar pela Cidade de Cascavel tanto futebol de Campo e Futsal, mas fiquei pouco tempo iniciei faculdade de Educação Física em Marechal Cândido Rondon pela Unioeste em 1998, me dedicando mais a preparação física das modalidades e a parte técnica. Atuei como  Técnica de Futsal durante 08 anos pela Escola Eleodoro Ébano Pereira em Cascavel, e pela Prefeitura de Cascavel em algumas oportunidades” 

            A arbitragem começou em sua vida como atividade extra curricular na Faculdade até ser uma das paixões e profissão. “Durante o período da Faculdade inicialmente fiz o curso apenas para horas extras curriculares que era exigido em 1998 na cidade de Nova Aurora, sem pretensão de atuar como árbitra. E iniciando aos poucos foi tomando corpo um pelo fato de adorar a modalidade de Futsal e sempre procurar fazer o melhor por onde passamos. Iniciando nas categorias de base, passando por jogos escolares, juventude e Abertos. E pouco a pouco apitando jogos de Adulto.  Vindo a integrar o quadro da CBFS em 2003 e no ano de 2007 o quadro da FIFA, onde permaneço. 

            Logo no inicio da carreira Katiucia teve que superar as dificuldades. “Como foi uma das pioneiras atuando como árbitra, várias barreiras foram enfrentadas desde os próprios árbitros, a times, atletas. Lembro que encaminhei minha inscrição como árbitra para Federação e  no primeiro ano não tive escala no segundo ano me colocaram de anotadora fui um desastre, aí até então a Federação entrou em contato com o Responsável pela Liga de Cascavel  reclamando ele disse: ela se escreveu como árbitra e não anotadora, desse dia então começaram a me escalar como árbitra e estou até hoje. Mas obstáculos sempre vão existir cabe a cada um lidar e superá-los pouco a pouco que o caminho é árduo não só na arbitragem, mas em tudo que nos dedicamos.  E provar que competência não diz respeito a sexo e sim a profissionalismo”.

            Dentre as a dificuldades, o preconceito também foi superado com determinação e profissionalismo “ainda persiste em alguns lugares. Mas responder sempre com um bom trabalho e fazer o melhor a cada jogo independentemente da categoria, da modalidade sendo oficial ou extra oficial. Sempre penso que meu melhor jogo sempre é o próximo que está por vir. E em cada um leva uma aprendizagem pois toda partida é diferente da outra sempre uma nova história”

            Tanto é que em 2007 tornou-se arbitra Fifa. “Me considero igual a todos pois a partida não se faz apenas com um integrante é um conjunto onde se alguma peça falha não chegamos bem na reta final. Sei da responsabilidade e da expectativa que gera junto com o escudo, mas saber administrar e levar com humildade e respeito é que faz a diferença e a permanência de anos na arbitragem e no quadro internacional, e saber a hora de se fazer presente em quadra em momentos decisivos que faz a diferença, e lembrar sempre que quem tem que brilhar são os atletas nós árbitros quando menos lembrados em uma atuação quer dizer que mais perfeita foi nossa atuação”.

            Katiucia fala da preparação antes de uma partida. “Dormir bem, se alimentar adequadamente, exercícios de concentração. Realizar um bom aquecimento para evitar lesões e principalmente planificar junto a equipe de arbitragem como realizar o trabalho da melhor forma possível”.

            Um amistoso em 1996 entre Cascavel e Malwee ficou marcado para Katiucia. “Como sou de Cascavel, naturalmente não posso atuar em jogos de equipes de Cascavel. Em 1996 um amistoso entre Cascavel X Malwee, na época o time da Malwee contava com Falcão, Técnico Ferreti o qual o admiro muito como treinador e fazia cursos e adquiria livros dele. Jogo com   Ginásio da Neva lotado e sendo televisionado. Foi marcante pois foi o primeiro jogo televisionado e transmitido a nível nacionalmente, e uma partida com dois times excepcionais de expressão a nível nacional”.

            Durante a resenha ela cita dois sonhos. “Ver o futsal como Modalidade Olímpica. E provar que competência não diz respeito a sexo e sim a profissionalismo”. Katiucia cita alegria e decepção na arbitragem. “A Decepção na arbitragem não se relaciona a um fato isolado, mas a cada jogo em que as equipes queiram transmitir a responsabilidade de derrota e de lances ao árbitro, olhando a maioria das vezes seu próprio ponto de vista e não a imparcialidade que gira em torno das decisões do árbitro, que nunca entra numa quadra com preferencias e sim sempre iniciar e terminar a partida com equidade para ambos os lados.  A Maior alegria está a cada jogo finalizado pois estar vivo, com saúde, fazendo o que gosta e buscando sempre a maestria são momentos que devem ser sempre alegres e saudosos”

            Na oportunidade Katiucia faz uma avaliação da arbitragem no futsal. “Hoje com a evolução da Bola, das regras a arbitragem também seguiu nesse dinamismo, saímos da bola pesada e nós árbitros saímos da calça branca e sapatos, para shorts, meiões e Tênis. Para testes físicos constantes, para dinamismo nas movimentações e decisões rápidas e precisas decorrentes da velocidade do jogo e movimentação tática a que o futsal se encontra. Assim como os atletas evoluirão muito fisicamente o árbitro hoje segue na mesma vertente”.

            Arbitragem feminina tem se destacado no futebol de campo também, ela fala sobre a evolução das mulheres comandando os jogos na modalidade e também nos programas de TV comentando. “Lindo ver que a competência está prevalecendo sobre a distinção de sexos, onde a igualdade e isonomia claro sempre ressaltando na medida da sua desigualdade, está prevalecendo após um tempo sem expressividade e apoio junto as federações. Que a preponderância de valores éticos após anos de luta está prevalecendo junto a nossas entidades desportivas”.

            No final da resenha Katiucia cita sobre o que representa a arbitragem para ela. “Saber lidar com decisões, com frustrações, com decepções, com alegria, com entusiasmo, tudo que gera em torno de uma Modalidade Esportiva tão presente na vida de todo Brasileiro que é mix de emoções, de atletas, torcedores, comissão técnica. E agir com responsabilidade perante todos esses sentimentos e sonhos das equipes é sempre um desafio, a vida a arbitragem é isso sempre se desafiar e dar a sua melhor versão naquele momento”. 

Foto Kaue Veronese

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