Edson “China” Hirata, referência dentro e fora das quadras do basquete mourãoense

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Hoje nosso quadro Fera do Esporte Mourãoense tem uma resenha especial com uma referência no basquete de Campo Mourão e do Paraná. Edson “China” Hirata é o nosso convidado e conta um pouco de sua história esportiva, desde atleta, depois técnico e dirigente e atualmente como um pesquisador e estudioso do basquete. Uma resenha especial que você acompanha a partir de agora em nosso site.

Foto Fernando Nunes

Natural de Astorga, onde passou toda sua infância e juventude, China sempre foi um apaixonado por esporte. “Sempre gostei de esporte e praticava várias modalidades: basquete, futsal, vôlei, tênis de mesa, natação, dentre outras. Além disso, gostava de acompanhar notícias dos outros esportes”.  Mas o basquete foi o esporte adotado como a maior paixão. E o principal responsável foi seu primeiro técnico, Sergio Mascarenhas de Azevedo, o Bahiano. “Ele educou várias gerações através do basquete e foi minha maior inspiração, como professor e ser humano. Sou muito grato a ele por ter me iniciado no basquete e sempre ter dado bons conselhos durante minha atuação profissional”.

Como atleta de basquete China disputou sua primeira competição aos 12 anos no então tradicional Jogos Estudantis da Semana da Pátria, em 1984.  E o jogo inesquecível foi uma final da fase regional dos Jogos Escolares do Paraná, contra o Colégio Marista de Maringá, em 1988. “Eles eram favoritos, afinal era Maringá x Astorga, mas em uma partida decidida nos segundos finais acabamos vencendo por um ponto. Foi tipo Davi vencer Golias”.

Já enquanto dirigente China recorda muito do jogo contra o Flamengo no segundo ano da equipe mourãoense no NBB. “Organizamos um verdadeiro show para o torcedor. Era muito mais que o jogo, tinha entretenimento ao longo dos intervalos, atrações antes e depois do jogo. Queríamos que a experiência do torcedor fosse diferenciada. O Ginásio ficou lotado, foi muito bom”, lembra.

A sua paixão pelo esporte foi a inspiração para escolher sua profissão. Mesmo aprovado em Engenharia Civil na UEM, ele apostou em sua vocação e iniciou o curso de Educação Física na Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1990, deixando de lado uma possível carreira como engenheiro.

Recém-formado, em 1994, China chega em Campo Mourão para trabalhar na Fundação de Esportes de Campo Mourão. “Fui contratado para trabalhar na área administrativa, no departamento técnico, com o professor Carlão Koch, pessoa que muito admiro e com quem aprendi muito. Depois, em 1995, fui aprovado em concurso para dar aula no CEFET (atual UTFPR) e lá estou até hoje”.

A relação do China com o basquete mourãoense inicia em 1996, quando as equipes de basquete do Cefet começam a ter bons resultados a nível municipal que lhe rende um convite para uma parceria para desenvolver o basquete masculino na cidade. O começo foi muito difícil, lembra China: “Substitui o professor Billy Basso, que era referência no basquete do Estado. Tivemos muitas derrotas humilhantes, com grandes diferenças de pontos em várias categorias e isso gerava muita insegurança sobre a continuidade”. Ainda assim, no ano seguinte a Prefeitura renovou a parceria e os resultados começaram a aparecer, “Começamos a incomodar os adversários, beliscar os primeiros títulos, revelar novos atletas e vê-los sendo convocados para seleções paranaenses”.

Foram quatros títulos estaduais em diferentes categorias, título dos jogos da juventude em 2001, três títulos de Jogos Escolares do Paraná, vice-campeão brasileiro escolar, vice-campeão dos Jogos Abertos com atletas pratas-da-casa, além de ter participado da comissão técnica da seleção paranaense em diversas oportunidades. Esse currículo fez com que ele fosse premiado como técnico do ano em 2006 e dirigente do ano em 2008 pela Federação Paranaense de Basquete. Em 2010, foi homenageado pela Câmara de Vereadores com o título de “Cidadão Honorário de Campo Mourão”. “Quando comecei não imaginava isso, é muito bom e gratificante poder representar essa cidade, onde me desenvolvi profissionalmente, formei minha família e criei meus filhos”.

AMOBASQUETE – a união de esforços leva os projetos mais longe

A Associação do Campo Mourão Basquete foi criada em 2008 com o intuito de organizar melhor a estrutura do basquete, angariar mais recursos para modalidade e proporcionar projetos para a base e equipe adulta. “Graças a dedicação voluntária de uma série de abnegados, a equipe de trabalho cresceu e se fortaleceu. Desde então Leis de Incentivos ao Esporte, Municipal, Estadual e Federal e a maior aproximação com a iniciativa privada têm contribuído para o crescimento da modalidade”.

Na oportunidade China destaca o trabalho importante da Associação do Basquete nos últimos anos e também do técnico Emerson de Souza. “É importante lembrar dos presidentes que passaram por ali, Nelsinho Martins e Izidoro Bueno, dos diversos diretores e principalmente do técnico Emerson Souza, que contribuiu e muito para elevar o nome de Campo Mourão no basquete. Para mim ele é o grande mentor do Projeto e principal responsável por termos uma equipe profissional em nossa cidade”.

Atualmente China tem dedicado seus esforços fora das quadras, especialmente através de pesquisas ligadas à gestão do esporte. Defendeu sua tese de Doutorado intitulada “Liga forte, clubes fracos: A espetacularização do basquete masculino brasileiro (2008-2019)” em 2020 no programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá – UEM – com orientação do professor Dr. Fernando Augusto Starepravo. Parte dos resultados da tese já foi apresentada em Congresso Internacional, publicada em forma de artigo em revistas nacionais e internacionais e foi classificada entre as três melhores do Brasil na área de gestão no esporte em um concurso promovido pela Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp). De forma resumida e simplificada, China explica que a tese tentou mostrar como as estruturas dos clubes e da Liga Nacional foram se modificando ao longo dos tempos para explorar o espetáculo esportivo e ao mesmo tempo verificar como a gestão dessas entidades esportivas se organizava”.

Após sucesso na tese sobre Gestão no Esporte e no basquete, China segue estudando questões sobre basquete e está investindo seu tempo em qualificar gestores que trabalham com esporte. “Continuo pesquisando temas ligados à gestão esportiva e iniciei um trabalho voluntário de capacitação de gestores de entidades esportivas, uma espécie de consultoria, pois gostaria muito de capacitar os dirigentes a buscar novas formas de captação de recursos financeiros para seus projetos”.

Para finalizar, China fala da importância do esporte e do basquete em sua vida “Tudo o que eu tenho e sou foi conseguido através do esporte. Aprendi muitas coisas com o esporte: comprometimento, resiliência, disciplina, a lutar pelos objetivos e sonhos. Acredito que acertei ao optar em me tornar um profissional do esporte, pois ao fazer aquilo que gosta e tem paixão, você acaba se realizando e isso aconteceu comigo no basquete”.

Fotos: Fernando Nunes/ Arquivo Pessoal China

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