Carlinhos Nogarolli fera do futsal de Campo Mourão e terror dos fixos e goleiros

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Hoje nosso quadro Craque da Bola contará a história de uma fera da bola do futsal e do futebol em Campo Mourão que se destacou com seu talento, muitos dribles e gols e que atormentou vários fixos e goleiros em campeonatos da cidade e do Estado. Conquistas de títulos de jogos da juventude e abertos. Carlinhos Nogarolli é o nome do craque que você acompanha a sua história a partir de agora. 

O mourãoense iniciou com 10 anos na Joper e também na Escolinha do Mario Paulista. “Gratidão sempre a essa lenda do esporte da nossa cidade, muito aprendizado com ele. Ajudou muitos meninos, merece reconhecimento”

Carlinhos Nogarolli fala das principais dificuldades no início da carreira. “Meu pai sempre trabalhou muito e por um grande período trabalhou viajando, com isso não tínhamos muitas condições e ele quase nunca pôde me acompanhar. Na maioria das vezes minha mãe me incentivava, mas quase nunca podia estar junto também”

Como sonho de qualquer adolescente, Carlinhos também tinha de ser um jogador profissional e por muito pouco não se realizou. “Tive uma proposta para jogar fora do Brasil com 17 anos, mas não deu certo e não cheguei nem a viajar. Infelizmente faltou incentivo financeiro e alguém que pudesse dar um apoio naquele momento. Nossa cidade ficou um período sem time profissional no futsal e no campo, justamente entre os meus 12 e 19 anos e, com isso, uma “safra” inteira acabou desistindo (Joeder, Marcinho, Marcelo, Cesinha, Esquerda, Gilmarzinho, entre outros)”

Durante a resenha, Carlinhos falou sobre as dificuldades em um adolescente se tornar um jogador profissional. “O futebol hoje é muito dinâmico e as coisas acontecem muito rápido. Dificilmente um menino vira profissional sem apoio dos pais (alimentação, suplementos, materiais esportivos etc) e, (infelizmente) ninguém vira profissional em grandes clubes sem um empresário intermediando. Cada vez mais cedo os clubes e os empresários entram “na jogada” e as coisas só acontecem com eles.

Quando meu filho caçula (tenho 3- Matheus 16, João Gabriel 15, Rafael 12) começou a se destacar no Paraná Clube, com 8 anos, recebemos um convite para ele jogar no Flamengo/RJ. Lembrei de todo o meu passado e não pensamos duas vezes, fizemos as malas e embarcamos em busca do sonho dele…e Meu também.

Carlinhos cita ainda um fato que aconteceu em uma “peneira” no Paraná Clube . “Tinha uns 300 meninos do Brasil todo treinando em um campo que tinha mais areia do que grama. No último dia, ficamos apenas em 15 para um coletivo contra o sub17 do Paraná. Apenas um menino foi chamado (único que tinha empresário)”.

Nosso craque da bola cita o tio como grande incentivador e o craque Zico como inspiração. “Desde pequeno, meu tio Toninho (padrinho) sempre me treinava e me incentivava. Jogava bola na terra todos os dias com ele. Era divertido. Cresci ouvindo o Zico pela Rádio Tupi e sempre que dava assistia jogos dele. Tive o prazer de conhecê- lo pessoalmente”.

Carlinhos cita três grandes ídolos, entre eles o atleta Valternei de Oliveira, que faleceu em um acidente. “ Tenho como ídolos no futebol Zico, no futsal: Falcão e na vida Valternei de Oliveira, nosso querido amigo Valtinho. “Tive o prazer de jogar com ele e de ter sido amigo dele e de toda a família. Era um craque com a bola e uma pessoa sensacional”

Itamar Tagliari,  Marcio Rinaldo, Mario Paulista e Jair Lençone foram citados com carinho por serem os melhores técnicos na carreira de Carlinhos. “O Professor Itamar Tagliari é o que mais me ensinou nas quadras e na vida. Um amigo que tinha prazer em conversar por horas e horas. Sempre com conselhos edificantes que uso até hoje na vida. Não posso deixar de citar o Márcio Rinaldo que mesmo com pouca idade na época já tinha uma mente vencedora e que sempre foi acima da média. E tem mais dois nomes que jamais poderia deixar de citar, as duas lendas: Mario Paulista e Jair Lençone, que levarei para sempre no coração. Fiquei muito triste com a perda dele ano passado.”

Carlinhos fala sobre os times que atuou. Nossa cidade ficou muito tempo sem time profissional e o que restou para minha geração foi jogar por times amadores na região: Mariluz, Engenheiro Beltrão, Pitanga, Cianorte, Araruna, Roncador, etc Fiz parte do grupo que iniciou o CM/Employer que ganhou a prata em 2000 mas acabei saindo para jogar em Penapolis-SP. Infelizmente os “pratas da casa” não eram valorizados na época e o valor que nos ofereceram não pagava nem o “Dorflex” depois dos treinos. Acabei desistindo de jogar com 20 anos e decidi voltar para a universidade, disputando apenas Jogos Universitários com o amigo e Professor Jair Grasso”. Em Campo Mourão joguei com o pessoal da Bassani e, por muito tempo no Fruto Maduro do meu grande amigo, Professor  Clineu. Tinha muito orgulho de jogar com ele.

Um gol inesquecível escolhido por Carlinhos foi na partida entre Engenheiro Beltrão contra Ubiratã  “Era a final, ginásio lotado. Dei um lençol de primeira no marcador na lateral da quadra e finalizei por cobertura na saída do goleiro. Foi um lance muito parecido com o gol que o Eduardo Jabá marcou na LNF pelo Marechal”. 

Carlinhos cita um outro lance também em Engenheiro Beltrão que ficou marcado na memória. “ Jogamos a final de um campeonato regional contra o time da “lenda do futsal”, meu grande amigo Tanaka. Nesse dia, tudo o que eu tentava, dava certo: caneta, elástico, gols etc. Caímos nas graças da torcida. Ganhamos o jogo e a galera começou a gritar “olé”. Após o jogo ficamos quase uma hora esperando o “japonês” se acalmar, pois ele queria me dar uns tapas. Mas depois que tudo se acalmou, fizemos as pazes e jogamos várias vezes juntos. Tenho um enorme respeito e consideração por tudo o que o Tanaka fez pelo nosso esporte e por tudo o que me ensinou. É um amigo que tenho muito carinho.

Um jogo inesquecível em Campo Mourão foi no Citadino em 1999. “Jogava pela Bassani e na época e nosso time chegou como “zebra”. Do outro lado estavam Gelsinho, Fernando, Robson e mais algumas lendas. Foi um dos únicos jogos que Meu pai conseguiu assistir. Nesse dia joguei como nunca, fizemos um jogo fantástico, marquei três gols, mas no último lance do jogo tomamos a virada. Recebi um troféu de destaque do campeonato esse ano”.

Uma virada histórica em Penapolis – SP Carlinhos cita como a grande decepção no futsal. Era a final dos Jogos Abertos contra o time de Araçatuba (base do Corinthians sub20). “Estávamos jogando em casa, ginásio lotado (tiveram que colocar um telão fora do ginásio para quem não conseguiu entrar). Terminamos o primeiro tempo ganhando de 5×0. Na volta do intervalo, o treinador tirou nosso time inteiro para colocar os meninos da cidade. Nosso time titular era quase todo de Campo Mourão (Eu, Kaiser, Marcinho – lenda em Penapolis-Marcelo, João “do caminhão”). Tomamos 5 gols em 10 minutos. Quando voltamos já estávamos com as faltas estouradas e com o psicológico lá em baixo. Tomamos a virada no “gol de ouro” na prorrogação. Quando o jogo acabou, foi uma mistura de raiva com vergonha que me fez repensar sobre continuar jogando. Deixamos família, amigos e conforto, treinamos muito para perder um jogo dessa forma. Fiquei muito decepcionado”

Carlinhos cita os melhores jogadores que viu jogar. “Tive a oportunidade de ver muitos craques jogando, mas ninguém vai superar o Falcão no Futsal e o Messi no futebol.  Em nossa cidade alguns nomes merecem destaque: Valtinho, Joeder, Gelsinho, Marcinho, Ferrugem, Tanaka, Esquerda, Paulinho Zagotto, e na atualidade Jaba, Marcelinho e o Rafinha”

E os adversários mais difíceis de marcar, Carlinhos não foge da pergunta e fala sobre os adversários. “Joguei junto com praticamente todos os atletas da minha geração e contra também. Mas jogar contra o Gelsinho era osso, ele era liso e sempre tirava um coelho da cartola. Também era difícil jogar contra o Edmilson (Sítio) e o Tanaka . Para passar por eles, tinha que fazer alguma coisa diferente, senão era bote errado.”

Carlinhos fecha o resenha falando da alegria de jogar futsal. “O futsal me proporcionou conhecer muitos lugares e muita gente que levo no coração até hoje. Foram momentos de alegrias, adrenalina, glórias e tristezas que me ajudaram muito a crescer como homem. Fico feliz que, mesmo após 15 anos, ainda tenha algumas pessoas que se lembram de mim com esse carinho. Espero em breve reunir essa galera para jogar uma bolinha juntos…

Carlinhos escala melhores atletas por posição que já jogou com ele

Goleiro : Robson/Vilmar/Lambari/Nikinha

Fixo : Tanaka/Marcio Rinaldo/ Everson

Ala Direita: Gelsinho/Ronaldinho/Bina/Marcinho

Ala Esquerda: Valtinho/Marcelo/Esquerda/Ferrugem

Pivo: Joeder/Fernando Cabeça/Nerildo/Padilha

Técnico: Itamar/Marcio .

Fotos: Arquivo Pessoal de Carlinhos Nogarolli

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