Bruno Lima, do aluno do Projeto Karatê nas Escolas para professor e campeão na modalidade”

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Hoje o Guerreiro das Artes Marciais contará história De Bruno Lima, que iniciou no Karatê em um projeto “Karatê nas Escolas” coordenado pelo Sensei Sebastião Galdino  que já beneficiou centenas de crianças ao longo dos anos em Campo Mourão. Uma história de um aluno que superou problemas familiares, de saúde e tornou-se campeão na modalidade até se tornar professor da modalidade.

Natural de Tangará da Serra no Mato Grosso, Bruno iniciou nas artes marciais com a capoeira. “Meu primeiro contato com as artes marciais foi com aproximadamente cinco anos de idade. Meu irmão frequentava as aulas de capoeira e eu sempre o acompanhava,tinha alguns momentos que eu participava das aulas junto com a turma, na época eu não sabia que tipo de luta era, mas eu queria participar.

Um ano depois Bruno chega em Campo Mourão e na escola conhece o Karatê. “Comecei a estudar na Escola Municipal Nicon Kopcko e na época eu ficava o período Integral na escola, onde comecei a participar das aulas de Karatê pelo Projeto Karatê nas Escolas e Centros de Integração, na época o meu Professor de Karatê era Sensei Geovani. (Projeto coordenado  pelo Sensei Tião – Sebastião Galdino),  comecei a participar dos Festivais Nota 10 de Karatê e sempre tive bons resultados. Logo em seguida comecei a frequentar o Centro de Integração Tropical, hoje chamado Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, onde pude dar continuidade com as aulas de Karatê. A minha primeira vitória  foi com aproximadamente 09 anos de idade em uma competição no Festival Nota 10 de Karatê”.

Superando problemas, Bruno encontrou na modalidade e com incentivo dos professores para vencer na vida e no esporte. “Os maiores incentivadores foram meus professores, sempre acreditaram no meu potencial. Tenho um grande respeito e gratidão por todos os professores que contribuíram com a minha formação. Na infância minha mãe teve depressão pós-parto e meu pai tinha alguns problemas com bebida alcoólica, não tive tanto incentivo dos pais. Fui crescendo praticando Karatê, aprendendo a lidar com várias situações do dia a dia. Atualmente sou graduado em Educação Física Licenciatura, Professor de Karatê no Projeto Karatê Social há oito anos, em 2020 comecei a trabalhar na  Escola Educare como Professor de Karatê. Sou monitor de Xadrez em algumas escolas pela Associação Mouraense de Xadrez e atualmente cursando Educação Física Bacharelado no Centro Universitário Integrado”.

Bruno fala sobre o grande aprendizado que teve quando superou os problemas familiares. “Um grande aprendizado foi na infância, minha mãe como disse teve depressão pós-parto, que gerou esquizofrenia, meu pai tinha problemas com bebida alcoólica, desde então juntamente com meus irmãos tivemos que aprender a lidar com a situação e não ficar muito dependentes, com  aproximadamente 10 anos de idade tive problemas de saúde (rins), ficando internado semanas, foi uma infância marcada com vários acontecimentos,  então já fomos crescendo nos preparando para a vida. Tenho uma grande admiração pelo meu pai, em nenhum momento abandonou a família”.

Aos 15 anos Bruno recebeu uma bolsa para as aulas de Karatê. “Comecei a frequentar o Projeto Formando Cidadão, na época o projeto era desenvolvido no Batalhão de Polícia Militar no Município de Campo Mourão, onde pude dar continuidade com as aulas de Karatê, nessa época  fui contemplado com uma bolsa para treinar na academia de Karatê Exata com o Sensei Carlos Cesar, então, comecei a participar de várias competições representante o município de Campo Mourão e a academia de Karatê Exata”.

Bruno relata que a falta de investimento é a maior dificuldade de um atleta de artes marciais. “No meu ponto de vista, uma das principais dificuldades de um atleta é a falta de patrocínio, pois muitas vezes não tem condições de participar de grandes competições devido a condição financeira, outra dificuldade  é conciliar o trabalho, treino e estudos. Chega um determinado momento que o atleta deve fazer algumas escolhas, ou treina, ou  estuda ou trabalha”.

O Projeto Karatê nas escolas teve grande importância na sua vida. “É muito importante, pois o projeto Karatê  contribuiu muito com a minha formação, sempre participei de projetos sociais e acredito que um projeto social pode mudar a vida de muitas crianças e adolescentes. Por meio do Karatê aprendi a ter mais autocontrole, responsabilidade e a conviver melhor com as pessoas, enfim, o karatê nas escolas contribuiu para ser o que sou hoje.

Ao longo da carreira, com persistência Bruno conquistou seu espaço e as conquistas foram conseqüências. “A cada competição que participo sempre é um grande aprendizado, independente dos resultados. Umas das principais conquistas foi em 2013 no Jogos Abertos do Paraná (Vice-Campeão- Kata equipe), em 2019 3º lugar nos Jogos Abertos do Paraná Kata em equipe. Também tive outras conquistas: Em 2010 fui campeão do 38º Campeonato Paranaense de Karatê no Kata (luta imaginária) na categoria C Juvenil e no mesmo ano fui Vice-Campeão no Kumite (luta por pontos) na categoria -61Kg. Em 2013 Vice-Campeão  do 41º Campeonato Paranaense de Karatê na categoria B  Kata Sub21 e adulto. Em 2014 fui Campeão do 42º Campeonato Paranaense de Karatê na categoria B ( Kata – Sub 21 e Sênior) e no mesmo ano 3º lugar na Categoria B – Kumite Sub21 e Sênior -65Kg. Em 2016 Vice-Campeão do 43º Campeonato Paranaense de Karatê na categoria B Kata (Sênior) e Kumite Sênior leve. Também participei de alguns Campeonatos Brasileiros de Karatê nas cidades de Londrina/Pr, Brasília/DF, Joinville/SC Campo Grande/MS e Foz do Iguaçu/Pr”.

Na oportunidade Bruno fala da preparação para uma luta e um campeonato. “A preparação para uma luta é por meio de treinamentos físicos e técnicos, normalmente os treinamentos técnicos são realizados três vezes por semana, sendo uma  hora cada treino”. Antes de entrar em uma luta Bruno mantem a concentração. “Procuro elevar a minha concentração e sempre penso em dar o meu melhor. Fico focado no momento presente”.

Nosso guerreiro fala sobre a modalidade no país e do Karatê nas Olimpíadas. “A cada ano que passa, o Karatê está evoluindo cada vez mais, e se tornando modalidade olímpica e evolução será cada vez maior. é uma grande chance para ganhar mais visibilidade e com isso mais pessoas podem conhecer e praticar”.

No final da resenha, agora também graduado de Educação Física fala sobre como é ensinar a modalidade para as crianças. “Ensinar o Karatê é uma maneira de contribuir com a formação do caráter das crianças e adolescentes, é algo muito gratificante e prazeroso, sempre procuro ensinar aliando técnicas com os princípios do Karatê: Caráter, Sinceridade, Persistência, respeito e o autocontrole. Acredito que as lutas de forma geral, prepara o praticante para a vida, aprende a se controlar e lidar com várias situações do dia a dia”.

Bruno fala ainda  o que representa as artes Marciais para ele e o seu maior sonho. “As artes representam uma filosofia de vida, vai muito além de movimentos técnicos, o Karatê contribuiu significamente para a minha formação pessoal e profissional. O meu maior sonho é que todas as crianças se tornem adultos capazes de viver melhor em sociedade, a formação do caráter começa na infância, se a criança for instruída de uma forma correta, dificilmente se desviará do caminho, as crianças são o futuro do nosso país.

Fotos Arquivo Pessoal Bruno

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