Nosso quadro Guerreiro das artes Marciais traz a história do atleta de Jiu Jitsu Thiago Cardoso , o “Thiago Pesadelo “que em uma resenha descontraída conta um pouco de sua história e trajetória na modalidade. Desafios, lutas e conquistas em mais uma entrevista com atleta de marcial que o Resenha CM traz para valorizar e incentivar ainda mais todos os atletas.
Sempre fã de esportes, antes do Jiu Jitsu Thiago jogou futebol na adolescência até sofrer uma lesão. “Minha principal modalidade quando adolescente era futebol, porem aos 15 anos de idade eu sofri uma lesão grave jogando bola lá no clube 10 onde eu tive que passar por uma cirurgia que me rendeu vários pinos e parafusos no meu tornozelo esquerdo. Tive que ficar sem andar por três meses e minha recuperação total durou quase um ano”.
No ano de 2014 na cidade de Curitiba o despertar das artes marciais começou a inspirar Thiago. ‘Na volta do meu primeiro dia de trabalho eu avistei uma academia chamada chutebox e vi na frente dela as fotos dos principais lutares brasileiros de MMA da época, Vanderlei Silva, Anderson Silva, Mauricio Shogun. Como sempre fui fã de luta no outro dia eu parei para conhecer e logo descobri que eles treinaram lá. Aí no momento que eu estava lá, estava tendo aula de jiu jitsu e vendo aquela arte marcial me deu vontade de fazer uma aula experimental”
A escolha pela modalidade foi espontânea, sem apoio ou influencia. ‘Escolhi o jiu jitsu pois era um esporte que eu poderia fazer devido minha lesão. Como é um esporte que não tem muito impacto acabou dando certo, mas ao mesmo tempo sabia que era perigoso então tive que treinar muito para ninguém pegar meu pé através de uma finalização e assim correr o risco de me lesionar de novo. Na época quando se falava em luta, geralmente a família não apoiava muito ainda mais lá atrás aonde o esporte não era bem visto como hoje. Então contra tudo e todos eu segui minha vontade’.
A grande inspiração para o início foi a sobrinha Heloisa “Ela começou a fazer jiu jtsu kids com o mestre Daniel em Campo Mourão, ai pensei, se ela pode eu também posso, só que no caso deles é diferente, não tem muito risco de lesão. Depois de um ano em Curitiba eu acabei voltando para Londrina e logo me escrevi em outra academia. Ainda na faixa branca fui em um campeonato em uma cidade vizinha e acabei ganhando o campeonato. Mas ali eu descobri que eu gostava de treinar e não da competição, pois a competição é muito estressante os dias que antecedem a luta e no dia e na hora então o coração parece que vai sair pela boca pois era um ginásio lotado vendo as lutas. Aquele dia venci o campeonato mais vim embora pensativo me perguntado se aquilo era para mim”
Durante a resenha Thiago relembra das primeiras lutas e o grande ídolo “A minha grande luta não foi uma em especifico mas sim enfrentar de frente uma problema, lutar em campeonatos, pois eu não gostava mas para me testar eu precisava estar lá. Foram vários e Graças a Deus sempre sai com alguma medalha. Meu ídolo se chama Micael Galvao, inclusive tenho foto como ele quando fui lutar o campeonato brasileiro em 2022.
O atleta ressalta sobre a luta mais difícil que encarou até agora. “No campeonato brasileiro tinha um cara gigante lá , com 160kg e 2 metros de altura, eu só pedi a Deus que eu não lutasse com ele e assim Deus me escutou porem me jogou para lutar com ele, acho que para me testar. Eu mantive a calma pois na preparação eu só estava treinado com caras grandes e pesados, não como ele mas estava. Mantive a calma consegui quedar ele e cair por cima, consegui travar ele bem fazendo com que ele cansasse e quase no final finalizei com um lindo armlock. A luta estava sendo transmitida pelo youtube, a galera da academia, meus pais e minha esposa foram a loucura e eu também.
Chamado de Thiago Pesadelo pelos amigos, ele lembra da maior alegria e as decepções com as lesões. “Minha grande alegria foi em 2022 quando tomei coragem e fui participar de um dos maiores e mais disputados campeonato de jiu jtsu no mundo, que é o Campeonato Brasileiro. Neste campeonato os melhores estão lá, é um campeonato de altíssimo nível, além de você ter que estar preparado fisicamente, mentalmente , precisa ter recurso pois não é barato. Decepção foram as diversas lesões que já tive, pois nos praticantes de arte marcial vivemos com lesão e com dor no corpo’.
Thiago fala sobre o período de preparação e na participação de uma competição. ‘A preparação é muito estressante pois lutamos em categorias de peso então temos que perder peso para a luta porem com qualidade para não chegar fraco no dia da luta. Geralmente uma preparação dura em torno de 1 mês, treinando mais duro, com caras mais graduados e pesados e fazendo a dieta, tudo isso junto com seu trabalho e vida pessoal. Nunca foquei muito em competição, porém competia em alguns campeonatos para me testar, principalmente quando trocava de faixa e sempre consegui voltar com alguma medalha para casa. No campeonato brasileiro 2022 tinha 40 lutadores na minha chave de altíssimo nível e eu fiquei a uma luta de medalha, mesmo não conseguindo o título e a medalha, pra mim esse foi meu principal título”.
E o que Thiago Pesadelo costuma fazer antes de uma luta? Ele responde. “Eu fico muito nervoso antes do campeonato, principalmente na noite que antecede que mal consigo dormir, porem quando eu chego lá depois de muitos campeonatos eu consigo ficar calmo. Eu costumo ver com que vou lutar e procurar ele no insta para assim já ver o biótopo dele. Com isso geralmente já consigo ver o tipo de jogo que ele faz, através das fotos que ele posta e assim eu já traço minha estratégia em cima deles”.
No final da resenha Thiago revela o que significa o Jiu Jitsu na sua vida. “Estilo de vida, me traz segurança, me ajuda a ter calma, a resolver meus problemas, a melhorar minha saúde e melhorar meus defeitos, além do que ajuda manter nosso peso.”
Thiago faz um agradecimento especial. “Queria dedicar essa resenha para meus mestres Luciano monge ao qual comecei a jiu-jitsu com ele na chutebox e por apanhar muito pensava em desistir todos os dias mas ele sempre me incentivou a continuar. Brinco com ele que hoje queria voltar lá e encontrar aqueles caras que judiavam de mim (risos). Outra pessoa importante é o mestre Daniel Black que fiquei praticamente todas as minhas faixas com ele até pegar a preta, posso afirmar que ele foi, é e será uma peça fundamental na minha vida dentro do jiu-jitsu. Hoje estou em um novo projeto em uma nova academia “Ogawa jiu-jitsu” de um mestre que veio diretamente do Japão e que também possui outras filiais mundas a fora. Sigo em minha constante evolução mas vejo que agora vou começar a contribuir mais com os novos alunos e dar a atenção que eles precisam para não desistir pois no começo é tudo muito complicado e difícil.
