O craque da bola de hoje traz a história do ídolo das torcidas do Jaraguá Futsal e do Joinville, Leco, multicampeão e destaque da modalidade com gols, dribles jogadas tirou um tempinho da pré temporada para atender o Resenha CM. Uma entrevista muito especial que o site traz para todos os leitores a história de uma lenda do futsal nacional.
E os primeiros dribles começou ainda menino em Chapecó. “Comecei a fazer escolinha com 9 ou 10 anos. Aos 12 entrei na equipe do CRC (Clube Recreativo Chapecoense) para jogar campeonatos estaduais. Paralelo a isso sempre tive um time de amigos da rua que disputávamos os campeonatos municipais em Chapecó, era o Terrão Esporte Clube. Com 14 anos o Jaraguá Futsal me convidou para jogar pelo time, foi onde comecei a direcionar minha vida profissional, isso foi no ano 2000 quando saí de Chapecó com minha mãe para morarmos com meu irmão que já estava em Jaraguá do Sul desde 1996, também jogando futsal.”
Ainda garoto Leco cita a distância com uma das principais dificuldades, além de estar entre os profissionais ainda cedo. “As principais dificuldades no início foram lidar com a distância dos meus amigos que eram muito próximos de mim e também a vivência profissional de um atleta de futsal. Com 14 anos já treinava todos os dias e tinha um treinador, o Maneca, muito exigente e conhecedor do futsal. Aquelas cobranças e um bombardeio de informações sobre a tática e técnica do futsal mexeram um pouco comigo no primeiro ano e eu não conseguia render bem, mas a partir do segundo ano em Jaraguá já me adaptei e segui bem”.
O maior sonho de Leco era defender a seleção brasileira. E durante a entrevista ele relata sobre os desafios em se tornar profissional. “Penso que o maior desafio hoje para se tornar profissional seja ter bem definido o que o jovem realmente quer. Hoje os jovens tem muitas opções e distrações no dia a dia e para ser atleta é preciso renunciar muitas coisas e se dedicar quase exclusivamente ao esporte e nem todos estão dispostos a isso.
Eu sempre tive o desejo de ser profissional e vivi intensamente isso, deixando muitas vezes a diversão com amigos e outra opções de trabalho de lado para me dedicar ao futsal mas fazia com pela paixão pelo futsal. Penso que minha maior dificuldade tenha sido entender como o jogo de alto rendimento funciona, suas técnicas e táticas, é diferente jogar futsal e jogar bola, ainda que naturalmente estejam ligadas e é importante o lado instintivo de cada atleta mas pensar o jogo nos mínimos detalhes é o que vai te levar a ser um atleta de ponta’.
A mãe e o irmão que também jogou profissionalmente foram os maiores incentivadores e a inspiração para a carreira de Leco no futsal. Ele cita os melhores que viu jogar e ídolos. “No futebol dentro do campo foi o Romário e no futsal tenho alguns, meu irmão Junai, Chico que fez dupla de concentração comigo por quase 10 anos e sempre foi um cara inspirador por sua determinação e também o Falcão por tudo que vivemos juntos e o que ele me ensinou.”
Leco teve passagens marcantes pelo Jaraguá e Joinville. “ Fico feliz pelo reconhecimento dos dois clubes que na verdade é fruto de muito entrega e profissionalismo. Pelo JEC sempre tive um senso de gratidão enorme por tudo que o clube fez por mim e pelos atletas, sempre nos respeitando e nos dando as melhores condições de trabalho, o tratamento da diretoria comigo e minha família sempre foi de acolhimento e a torcida sempre me respeitou então o mínimo que eu poderia fazer era dar meu máximo em quadra para retribuir e isso gerou resultados que nos ligaram para sempre, afinal a história não se apaga. Já com o Jaraguá, é o clube que me formou e a cidade que me deu todas as oportunidades para construir minha família, faço parte dessa história linda de conquistas e vou lutar sempre para colocar o clube que tanto amo no topo em todas as competições. Fico feliz que as torcidas entendem que dou meu melhor todos os dias.
O nosso craque da bola conquistou cinco vezes a Liga Nacional de Futsal, oito vezes a Taça Brasil, seis libertadores, 13 títulos do Campeonato Catarinense, cinco Grand Prix de Seleções e dois Sul Americanos de Seleções. Dentre os títulos ele cita a conquista da Liga Nacional no ano de 2010 contra o Marechal como a mais importante. ‘Foi especial pelo fato do Jaraguá Futsal pedir licença por um ano da LNF após perder seu patrocinador. Foi a última conquista daquela equipe fantástica.”
Na oportunidade Leco fala de como é ser um dos grandes campeões nacionais. “Fico orgulhoso pelas conquistas mas sei também que tudo foi possível em equipes de atletas comprometidos e determinados. Foram muitos aprendizados em cada título. Tento passar isso sempre no dia a dia para outros atletas e também para os jovens da base. Ser campeão é muito bom, mas o processo para se tornar campeão precisa de muito empenho e desejo de vencer”.
Ele cita ainda a maior alegria e decepção na carreira. ‘ Maior alegria foi ter vencido muitos títulos e maior decepção é a forma medíocre que muitos dirigentes comandam o esporte. Tem muita gente boa, mas é frustrante saber que algumas pessoas atrasam o desenvolvimento da modalidade que já era para estar em outro patamar de profissionalismo”.
Ferreti é o escolhido como melhor treinador, Leco cita os adversários mais difíceis de marcar. – Ferretti, entre milhares de ensinamentos, aprendi a importância da busca pelo topo sempre. Querer ser campeão impulsiona sua vida em todos os sentidos. E Os adversários que sempre admirei e puder até jogar com eles foram o Ari e o Índio fixo. Adversários difícil de marcar que tive alguns duelos foram o Simi e Fininho”.
No final da resenha Leco fala da importância do futsal na sua vida e faz uma avaliação da modalidade no Brasil. “Futsal é parte de mim, minha vida foi em função desse esporte e através dele colhi lindos frutos. O Futsal vive um momento que pode ser a virada de chave para se tornar gigante, mas infelizmente os gestores das instituições não estão conseguindo otimizar o potencial do nosso esporte e com isso vemos se criando ilhas onde se tem grandes gestores nos clubes fazendo excelentes trabalhos, como o Magnus, Jec, Carlos Barbosa e o próprio Jaraguá hoje entre outros, mas a maioria segue numa batidinha medíocre onde os atletas não são respeitados como deveriam na cobertura dos seus direitos, onde os torcedores deixam de ter uma grande experiência com seus clubes. Mas ainda assim resistem graças a força do nosso esporte. Mas poderia ser muito melhor’.
Leco escala os melhores com quem já jogou na carreira
Tiago
Chico
Manoel Tobias
Falcão
Lenísio
-Ferretti
Fotos Arquivo Pessoal Leco