Hoje nosso quadro Fera do Esporte Mourãoense fala sobre uma referência no Handebol mourãoense e do Paraná. Multicampeã como atleta e técnica, Marlene Reis conta a sua história e trajetória até se tornar uma dos maiores apoiadoras, técnica e incentivadora do esporte em Campo Mourão.
Natural de Assaí, Marlene iniciou no esporte no ano de 1982 praticando brincadeiras como queima e peteca. “Quando me apaixonei pelo esporte e a professora de Educação Física na época me viu jogando e me convidou para a praticar o handebol minha vida começou na modalidade”
E foi com o handebol que Marlene disputou seu primeiro Jogos Escolares, representando o Colégio Estadual. Incentivada pelo pai, pela irmã e também por uma atleta chamada Janete Justino que foram as grandes incentivadoras na modalidade. “Sempre gostei muito de esporte, sempre fiz com muito amor e tive o apoio delas no início da minha vida no esporte. Meu pai sempre foi apaixonado pelo esporte’.
Marlene fala das dificuldades. “Eu saia a pé do Lar Paraná até o Ginásio do JK para os treinos de handebol. Mesmo assim não vi não via como dificuldade porque gostava e amava o esporte e fazia com muito carinho e determinação superando todos os obstáculos’.
Na oportunidade Marlene fala do seu primeiro jogo. “Foi no Ginásio JK, em um Jogos Escolares representando o Colégio Estadual contra o Unidade Polo. Meus pais estavam assistindo, nós jogávamos com alegria e prazer. Foi uma sensação indescritível, vendo a torcida torcendo e vibrando com a gente, emocionante,”
E a última partida como atleta foi Jogos Abertos, atuando mesmo lesionada. “Fiz duas partidas para ajudar a equipe a não cair para a chave b, fui para duas partidas e acabamos na sexta colocação e superamos todas as adversidades e deixamos a equipe na chave A dos Jogos Abertos”.
Um jogo marcante foi contra Campo Mourão em um Jogos Abertos em Toledo e Marlene atuando por Maringá. “Competição disputada contra Campo Mourão e Cambé, melhor equipe do Brasil na época e o Jogos no ano seguinte seria em Maringá, ai ficamos com uma responsabilidade muito grande de decidir conta Cambé e Campo Mourão que estavam jogando muito bem. E fizemos um grande jogo contra a equipe mourãoense, ganhamos de um placar muito bom e uma excelente partida. Jogamos em união e equipe e conquistamos uma vitória importante”.
E o gol inesquecível em sul brasileiro. “Jogava por Maringá contra Sapiranga no Rio Grande do Sul, dona da casa, em um domingo à tarde, ginásio lotado. Jogo empatado no final uma cobrança de sete metros para cobrar. E eu tinha batido todos anteriores no mesmo lugar e tinha feito os gols. Todo mundo dizendo para eu mudar o lado, olhei para trás e vi que meu técnico estava de olho fechado. Olhei novamente para frente e decidi arremessar no mesmo lugar rente a goleira ”.
Durante a resenha Marlene revela que teve bons ensinamentos com todos os técnicos durante a sua carreira. “Por onde eu passei, aprendi com cada um, não tem como nomear apenas um, todos foram especiais na minha vida. Desde os treinadores da base até a equipe adulta, sem exceção, todos foram especiais na carreira da Marlene”.
Em 1991 Marlene foi convocada para a seleção brasileira para participar do Pan Americano. “ A modalidade seria em Maringá, nós fizemos um estágio na Rússia, um grande aprendizado com técnico russo.”
O maior aprendizado é que todos são iguais. “Se você treinar com um técnico sério, ele não vai olhar se você é branco, vermelho, verde, negro, japonês, gordo, magro, pobre ou rico. O maior aprendizado é a igualdade no esporte, somos todos iguais, a hora que vestimos o uniforme somos iguaizinhos, um depende do outro. Esporte coletivo dependemos de todos da equipe e também tem que existir o respeito”.
Maior alegria e a decepção, Marlene fala o que a deixou feliz e triste durante sua carreira. “A maior alegria foi ter sido escolhida a melhor armadora esquerda da primeira Liga Nacional e a decepção foi que logo depois, s saiu uma seleção de 20 pessoas e eu não estava relacionada. Foi uma decepção, mas que nada que como atleta não supere, o esporte proporcionar a reagir e passar pelos obstáculos”.
Dentre os títulos importantes na carreira estão, bicampeã sul-americana por dois clubes, uma por Campo Mourão e Mauá Universo do Rio Janeiro. Campeã e Vice campeã brasileira, terceiro lugar Copa Brasil, terceiro lugar pan americano. Marlene fala da conquista do sul-americano por Campo Mourão no ano de 1987. “Não imaginávamos a grandiosidade da competição, estávamos felizes jogando, foi uma felicidade impar por ser campeã. Naquela época eu jogava só na alegria, hoje vemos a importância do título como atleta e para o município”.
No ano 2000 Marlene inicia como técnica em Campo Mourão. “Comecei com os atletas do juventude e treinava no adulto, posteriormente assumi a equipe feminina adulta e estou há 21 anos no comando técnico da equipe. E com isso veio resultados expressivos, campeã da chave prata no paranaense, terceiro lugar chave ouro, terceiro lugar jogos abertos no Paraná. “Últimos jogos abertos, ficamos em quarto lugar, mas foi especial também por que fizemos uma competição maravilhosa. Uma competição muito forte”. Nas categorias de base também com destaque no ano de 2019 terceiro lugar no sub14, subindo para a ouro. E o sub 12 que também ficamos em terceiro e foi emocionante”.
Referência como atleta e técnica, Marlene fala sobre como é ser destaque na modalidade na cidade. ‘Difícil falar da gente, se há reconhecimento pelo trabalho realizado, não me vejo como referência e sim pelo amor pelo handebol, é de ver desde as categorias de base até o adulto, com uma estrutura melhor, uma cara nova. É um trabalho que eu gosto e amo fazer”.
No final da resenha Marlene fala o que representa o esporte em sua vida. “O Handebol é a parte da minha história de vida, vivencio há muitos anos essa escola que é o esporte e o aprendizado do que é o handebol para minha vida. Alegrias, frustações, vitórias e conquistas, é uma escola de vida para gente”.
Fotos Arquivo Pessoal Marlene