Hoje nossa convidada no quadro Guerreira das Artes Marcias tem um vice campeonato mundial e campeã pan-americana, além de ser bi campeã brasileira Kung fu Wushu Sanda, também conhecido como Boxe Chinês. Raine Martins conta a sua história a partir de agora no Resenha CM.
Natural de Curitiba, Raine iniciou nas artes marciais em 2015 e tem como ponto forte o boxe na área do Sanda. A atleta cita as principais dificuldades na carreira. “Continua sendo a maior de quase todos os atletas que conheço pelo Brasil, é a falta de reconhecimento e apoio, tanto dos nossos governantes quanto em questão de patrocínios”.
Após seis meses de treinamentos Raine encarou o seu primeiro desafio e luta. “Essa história é legal (risos), fiz minha primeira luta com mais o menos uns seis meses de preparação, lutei com a multicampeã Valdirene Stanski que hoje é minha amiga e me inspira direto nos nossos papos. Foi minha primeira luta e logo de cara minha primeira derrota, apanhei ate o último segundo, mas algo mudou depois daquele dia”.
O maior sonho de Raíne é ser campeã do mundo e a luta inesquecível aconteceu em uma estréia de Campeonato Mundial. “A pressão do evento, tudo que passamos para chegar até lá a grandiosidade do evento, no berço da nossa modalidade, a qualidade que consegui apresentar na luta de estréia, tudo isso está marcado em mim. E a minha final que não foi nem de perto minha melhor performance mas pude lutar uma final de mundial e subir lá com minha referência na modalidade e isso para mim é impagável”.
Raine tem vicecampeonato mundial na China, conquista do Panamericano representando a Seleção Brasileira e dois títulos brasileiros na modalidade. “Meu futuro no esporte consiste em buscar o campeonato mundial, bater na trave 2 anos atrás me motivou demais a buscar esse titulo que é o sonho de qualquer atleta”
Durante a resenha Raine fala da preparação de Raine antes de uma competição e também da luta. “Quando entramos em preparação para alguma competição, eu preciso me organizar com os meus guias, que são em principal meu professor, minha nutricionista e meu preparador físico, onde nós nos alinhamos com prazos e organizamos questões como horários de treinos quantidade dos mesmo, alimentação e etc. Sem eles nada disso flui. Antes da luta eu tento colocar meu fone e me manter o mais tranquila possível, eu amo muito o que eu faço e tento aproveitar ao máximo cada segundo desde a pré luta ate o pós”.
A expectativa de volta as lutas após a pandemia é grande. “Infelizmente a pandemia atrasou tudo para nós, mas graças a Deus se as coisas continuarem melhorando esse ano ainda voltaremos a lutar o campeonato brasileiro e aguardamos com ansiedade as datas da copa do mundo e do próximo mundial que estava marcado para este ano”.
A guerreira do Kung fu Wushu Sanda faz uma avaliação das artes marciais no Brasil “As artes marciais no nosso país não têm a devida valorização, considerando um governo que não poderia ligar menos em moldar jovens futuros, existem inúmeros projetos de artes marciais hoje pelo país que salvam vidas, tiram as crianças das ruas e as ensinam o conceito de respeito e hierarquia e isso muda e salva vidas. Como mudou e salvou a minha”.
E no final da entrevista Raine fala o que representa as artes marciais em sua vida “A luta mudou minha vida e me consolidou como a pessoa que sou hoje, e sou eternamente grata a todos que me introduziram nesse mundo e me deram as oportunidades de iniciar e permanecer nesse meio”.