Mais uma resenha especial no quadro Craque da Bola de hoje. O craque Alexandre Rodrigues Canha, o Pixote é o nosso convidado e conta sobre sua trajetória vitoriosa com muitos gols e títulos no futsal nacional. Hoje no Praia Clube Futsal, Pixote em uma resenha muito descontraída conta sobre sua vida no Resenha CM.
Pernambucano, Pixote iniciou no futsal aos 13 anos no Colégio Marista em Recife. “Comecei a jogar futsal aos 13 anos pelo colégio Marista do Recife, nesse mesmo ano fui fazer um teste no Clube Náutico Capibaribe e fiquei. No ano seguinte já disputei minha primeira Taça Brasil pelo Sport Clube do Recife, (jogava no Náutico e fui emprestado para o Sport para jogar a Taça Brasil) onde nos sagramos campeões e conquistei meu primeiro título a nível nacional”.
Em 2004 com 17 anos foi considerado o melhor jogador do campeonato Pernambucano. “Recebi uma proposta para jogar no Joinville. No ano de 2005 fui jogar no Joinville e começou minha trajetória fora de Recife. Foi muito bom ter começado no Náutico, fiz muitos amigos, tive treinadores que me incentivaram e me ensinaram muito. Com a base que ganhei no Náutico, consegui chegar no Joinville e também me destacar por lá. O início no Náutico foi excepcional pra minha carreira”.
Apoio da família foi fundamental, mas o apoio da mãe que sempre acreditou e foi a grande incentivadora na carreira de Pixote. “Sem dúvida a minha maior incentivadora foi a minha mãe, minha guerreira. Graças a Deus sempre tive o apoio de todos, meu pai, meu irmão, mas a que sempre disse que eu ia sair de Recife e me tornaria um jogador, foi ela. Essa sempre acreditou nisso e eu sempre acreditei nela”.
Falcão é o grande ídolo de Pixote, “por ser o melhor de todos os tempos e ser uma pessoa sensacional. Tenho um carinho e um respeito muito grande pelo Falcão atleta e Falcão pessoa”.
Pixote cita dentre as dificuldades a distância dos familiares foi a principal. “Tive muita dificuldade no meu primeiro ano, por conta da distância de casa, da minha família, dos meus amigos, sentia muita falta deles. Por ser a primeira vez longe de casa, morando com outros atletas que não conhecia, tendo que me virar sozinho. Mas foi a melhor escolha que fiz na minha vida.
Durante a resenha Pixote fala dos desafios em se profissionalizar no futsal. “No meu caso, por ser de Recife e lá o futsal não ser valorizado, foi ter que sair da minha cidade, sair de perto da minha família pra poder ir buscar os meus sonhos e meus objetivos. Porque encontrei bastante dificuldade como qualquer atleta que busca seus sonhos, mas nunca desisti, sempre tive muito o apoio da minha família, mesmo de longe.
Como todo garoto o sonho de vestir a camisa da seleção e ser campeão atuando com a amarelinha também é de Pixote. Meu maior sonho é jogar um mundial com a Seleção Brasileira e ser campeão. Mas sei que isso está cada vez mais longe de se concretizar. Mas sigo trabalhando todos os dias, pra quem sabe um dia ainda voltar a vestir a camisa da Seleção”.
Foram muitos técnicos que já passaram nos grandes times que Pixote atuou e com grandes ensinamentos. “Difícil falar de um, tive excelentes treinadores que sempre acrescentaram muito na minha carreira. Mas deixo aqui em destaque o Fernando Ferreti, com ele conquistei alguns títulos e aprendi muito, também por ser um dos que mais tempo trabalhei’.
Foram quatro temporadas no Joinville, quatro no Minas Tenis Clube, três passagens no Magnus e também em grandes clubes São Caetano do Sul, Santos, Sibiryak da Rússia, Copagril, Burela da Espanha, Tubarão, Kazma do Kuwait e agora Praia Clube.
As passagens pelo Santos em 2011 e Joinville em 2012 foram marcados para Pixote. “naquele ano no Santos ganhamos a Liga Nacional e era a base das convocações para a Seleção Brasileira. Um time que destaco também, que era muito bom, era o Joinville de 2012, quando chegamos em cinco finais aquele ano, dos cinco títulos disputados. Esses dois times foram os melhores que já joguei. Santos 2011 e Joinville 2012”.
Na oportunidade Pixote fala sobre as passagens pela Europa. “Foi uma experiência muito gratificante, tanto na Rússia, quanto na Espanha. Um grande aprendizado, conhecer culturas diferentes, disputar outras ligas nacionais, isso o dinheiro não paga. Conheci grandes profissionais e pessoas maravilhosas.
Vestir a camisa da seleção brasileira e ganhar títulos foram experiencias inesquecíveis para o craque da bola desta semana. “Um sonho que realizei desde criança. Tive a honra de vestir pela primeira vez a camisa da Seleção Brasileira com 19 anos, ainda na base, onde nos sagramos campeões sul americanos. Uma sensação indescritível poder sentir o peso da amarelinha, disputar campeonatos e ser Campeão. Sem dúvida a melhor sensação do mundo você representar o seu país.
E por falar em títulos, foram muitos por onde passou. Dentre eles Campeão Sul-Americano 2006 sub-20 ( Seleção Brasileira); Campeão Taça Brasil 2007 (Minas tênis Clube); Campeão Mineiro 2007, 2008, 2009, 2010 (Minas tênis Clube); Campeão Copa da China 2010, 2011 ( Seleção Brasileira); Campeão Liga Nacional de futsal 2011 ( Santos Futsal ); Campeão Copa América 2011 ( Seleção Brasileira) Campeão 2012 Super Liga (Krona/Joinville); Campeão Catarinense 2012, 2014 ( Krona/Joinville); Campeão da Copa Sul-Americana 2016 ( Seleção Brasileira); Campeão Paulista 2017 ( Magnus futsal) e Campeão Mundial 2018 ( Magnus futsal). “Dois títulos que sempre lembro e vou lembrar pro resto da minha vida. A Liga Nacional pelo Santos em 2011 e o Mundial de Clubes pelo Magnus em 2018”.
E os gols especiais? Pixote cita o gol mais bonito e o inesquecível. “ Gol inesquecível, na final da liga de 2011 pelo Santos. Gol mais bonito o meu primeiro gol com a Seleção Brasileira adulta em 2010 contra a Seleção do Paraguai”.
Pixote cita a alegria e decepção na carreira. “Maior alegria sem dúvida é chegar no topo do campeonato que disputo, é soltar o grito de campeão. Para um atleta, é saber que tudo que você trabalhou, que você abriu mão, que sofreu, valeu a pena. E a decepção é justamente a derrota, não saber que conquistou seu objetivo”.
Na resenha Pixote fala dos atletas mais difíceis de driblar e também. “De driblar o Neto, um dos melhores marcadores que joguei e vi jogar. De marcar o Valdin, um dos melhores jogadores que já vi jogar até hoje. Valdin, o melhor que já vi jogar e que já joguei junto.
Dentre tantas histórias e resenhas engraçadas, uma com o craque Pixote aconteceu na China quando estava com a seleção brasileira. “Foi com um jogador que não falava nada de Inglês, muito menos o mandarim,(risos). saímos, tivemos um dia de folga e fomos comer alguma coisa. E esse atleta, não conseguia de jeito nenhum pedir algo pra comer, tentava na mímica, tentava no Português e nada (risos). E ainda filmei ele tentando pedir. Eu não sabia falar nada também, só dava risada e brincava com ele. Mas foi muito legal, coisas que o esporte nos proporciona.”.
Foram muitas amizades conquistadas durante a carreira. “Graças a Deus sempre tive muitos amigos no futsal, atletas e pessoas que vou levar pro resto da minha vida. Realmente não consigo citar um, são muitos. Tanto dentro da quadra, quanto fora”.
No final da resenha Pixote fala da importância do futsal e da modalidade hoje no país. “O futsal é minha vida, tudo que tenho foi o futsal que me deu. Nesse esporte sou muito feliz, tenho muitos amigos, reconhecimento, todas as melhores coisas que me aconteceram foram no futsal. Só tenho gratidão por essa modalidade, por me fazer ser quem eu sou e me proporcionar as melhores sensações da minha vida. O futsal mudou muito, tanto o estilo de jogo, quanto os próprios atletas que estão chegando. Tive a honra de jogar com excelentes jogadores, com uma geração vencedora, que tinha uma qualidade genial. Hoje o futsal está mais disputado, hoje é mais parte física do que técnica. Muita força física, qualquer time hoje que tenha uma preparação física boa, tem grande chance de brigar por título. A competitividade está muito grande”.
Pixote escala os melhores atletas que atuaram com ele
Goleiro: Tiago
Fixo: Neto
Ala Direita: Valdin
Ala Esquerda: Falcão
Pivô: Vander Carioca
Fotos: Arquivo Pessoal Pixote