Orlando Fedvyczyk “Ser Coxa não é uma escolha, é um sentimento maior do que qualquer modinha ou influência hereditária”.

Hoje quadro Time do Coração traz uma resenha muito descontraída e divertida com o torcedor do Coritiba, o advogado Orlando Fedvyczyk fala sobre a paixão pelo coxa, principais jogos, gols inesquecíveis e muito mais que você começa a acompanhar a partir de agora no Resenha CM.

                 E essa paixão começou com uma derrota na Copa do Brasil para o Criciúma em 1990. “O Coritiba começou a chamar a minha atenção em um jogo da Copa do Brasil de 1990, transmitido pela extinta rede de TV OM (Organizações Martinez), mas que, infelizmente, o Coxa foi derrotado em casa pelo Criciúma e foi eliminado daquela competição. Mas, lembro que mesmo assistindo aquela partida pela TV, fiquei empolgado com o Coritiba, além de ter achado o uniforme muito bonito e de ter ficado encantado com o estádio Couto Pereira, que era um estádio diferente e charmoso para época. Foi a partir de então que comecei a acompanhar o Coritiba com mais frequência, especialmente quando ele vinha jogar aqui em Campo Mourão contra o nosso Sport, nas partidas pelo Campeonato Paranaense..

                E a paixão se concretizou após uma vitória no Atletiba “ A paixão começou a se destacar no jogo em que o Coritiba ganhou do Atlético-PR por 3×0, pela fase final da série B do Brasileirão de 1995. Aquele time com Alex, Pachequinho, Ademir Alcantara, Gralak, e com o centroavante Brandão jogava muita bola”.

                Orlando fugiu da regra de torcedores do eixo Rio e São Paulo e após o Atletiba surgiu o encantamento pelo alviverde. “Isso fez com que eu me desgrudasse da tendência local (interior do PR), onde predomina a torcida pelas equipes paulistas. Ter a oportunidade de ver os jogos do Coxa de perto já me trazia muita alegria. Era um sentimento mais satisfatório do que torcer para um time de outro Estado e que dificilmente eu teria (ao menos naquela época) a chance de vê-lo pessoalmente em razão da distância em que os jogos geralmente ocorriam. O conceito de torcer para times de fora, para mim, era algo que não me satisfazia, pois acompanhar os jogos só pela TV, sem ter a oportunidade de ver o time jogar na sua cidade, sem sentir aquela vibração do estádio, não me satisfazia. Seria a mesma coisa de ser brasileiro e torcer para o Barcelona. Na minha opinião, algo deste tipo geralmente é enraizado em influências (muitas vezes familiares) ou tendências (muitas vezes da ‘modinha’) não em sentimentos naturais”.

                O pai até tentou levar o filho a torcer pelo São Paulo, no começo até deu certo, mas depois a paixão pelo alviverde paranaense prevaleceu. “a família, especialmente o pai, exerce muita influência sobre o filho em relação a escolha do time de “coração”. E, comigo não foi diferente. Até o início da minha adolescência, influenciado pelo meu pai, eu torcia para o São Paulo (comemorei muito os vários títulos conquistados por Raí, Zetti, Muller, Palinha e companhia). Mas, aos poucos fui fugindo do comum e largando essa empolgação com o tricolor paulista, já que pra mim era algo que ficava cada vez mais distante. Por outro lado, a paixão pelo Coritiba só aumentava! Eu sempre buscava mais informações, notícias, uniformes, qualquer coisa do Coritiba, e tentava acompanhar ainda mais, especialmente nas oportunidades que tive der ver ele jogar aqui em Campo Mourão ou mesmo através do Globo Esporte do PR ou outros programas esportivos locais. Isso me fazia muito feliz! Portanto, posso dizer que foi o próprio Coritiba quem me incentivou a ser seu torcedor. Foi uma decisão fruto de uma paixão personalizada, não veio por herança (risos)

                E quem é o grande ídolo de orlando? Ele cita alguns que marcaram a historia do Coxa. “Sem contar o elenco atual, que traz o goleiro Wilson e o atacante Rafinha, já considerados ídolos da torcida, sempre gostei muito do Tcheco, do Keirrison, do Alex, do Cléber Arado, mas quando penso em ídolo, sempre me vem à cabeça o Pachequinho, pois remete justamente ao período em que me apaixonei pelo Coritiba, no início dos anos 90”.

                Orlando cita o gol inesquecível e o mais bonito que acompanhou do Coritiba. “Acho que o gol mais importante da história do Coritiba, foi o gol do Lela, contra o Santos, no Couto Pereira, em 14/04/1985. Faltando poucos minutos para acabar o jogo, o Coritiba estava sendo eliminado do torneio, mas o gol, feito aos 45 do 2º tempo, deu a vitória por 2×1 e garantiu a classificação para a fase final, levando o Coritiba ao título Brasileiro de 1985. O gol mais bonito, na minha opinião, foi o 3º gol do Coritiba, feito por Willian Farias, na final da Copa do Brasil de 2011, contra o Vasco.

                A primeira vez no estádio acompanhando o Coritiba foi contra o Sport Campo Mourão em 1991 no estádio Roberto Brzezinski pelo Campeonato Paranaense de 1991. Mas ele cita a primeira vez no Couto Pereira. Foi inesquecível, no dia 10 de agosto de 2003. O Coritiba meteu 5 a 0 no Flamengo, com gols de Marcel (2), Tcheco, Edu Sales e Roberto Brum. Uma curiosidade… eu fui ao estádio acompanhado do meu primo Danilo e, lá chegando, nos encontramos com o meu amigo Paulinho Zagotto, que na época jogava nas categorias de base do Coritiba. O Paulinho, numa cordialidade imensa, nos recebeu na entrada do estádio e nos conduziu até o gramado do Couto Pereira, antes do início da partida. Foi uma sensação incrível, pois como torcedor, ter tido a oportunidade de pisar no gramado do Couto Pereira, diante das arquibancadas lotadas para ver o jogo do Brasileirão contra o Flamengo, foi uma emoção que sou incapaz de descrever. Além disso, conseguimos nos sentar no setor das cadeiras sociais, onde tive a grande chance de encontrar e tirar uma foto com o lateral esquerdo Adriano (que depois jogou no Barcelona e na Seleção Brasileira), que era desfalque do Coritiba para aquele jogo, mas estava presente na arquibancada”

Paulinho Zagotto, Orlando e o primo Danilo, no jogo Coritiba 5×0 Flamengo, no Brasileirão de 2003

                A ultima vez acompanhando o estádio também foi especial, pois foi acompanhado do irmão vascaíno Diogo. “Curiosamente, minha última vez no estádio foi para ver o jogo Coritiba e Vasco, juntamente com o Diogo, meu irmão e torcedor vascaíno. Neste jogo havia um duelo de craques. Pelo Vasco, o craque Juninho Pernambucano, e do outro lado, o “menino de ouro” Alex, ídolo do Coxa. Mas, infelizmente, o Coxa levou a pior e perdeu para o Vasco por 1×0, com gol de Pedro Ken, cria da base do Coritiba, mas que naquele ano jogava pelo Vasco.

                O rebaixamento foi a maior decepção com o time. “Com certeza, o rebaixamento em 2009, no ano do centenário do clube. O elenco era bom e vinha de excelente campanha na Copa do Brasil (3º lugar), mas desandou no 2º turno do Brasileirão daquele ano e acabou rebaixado na última rodada, dando origem a um “quebra pau” geral no Couto Pereira”.

                Goleadas contra Palmeiras e Flamengo Orlando cita com as maiores alegrias com o time. “Como na época do título brasileiro de 1985 eu ainda era criança e não acompanhava o Coritiba, é raro citar uma conquista de grande expressão. O que tem valido a pena, as vezes (risos) é a diversão, porque os títulos o Coritiba está devendo há muito tempo. (risos) Mas, como não celebrar as goleadas de 6×0 contra o Palmeiras, ou o 5×0 contra o Flamengo (placar que se repetiu mais de 02 vezes), e as várias conquistas estaduais dentro da Arena”.

                Falando em titulo brasileiro de 1985, Orlando fala que é possível, embora difícil montar um time como aquele campeão. “Mas, na minha opinião, o Coritiba já formou equipes melhores do que aquele de 1985, mas que não conseguiram o mesmo sucesso. Dos times que eu vi jogar, o melhor foi o de 2011, que fez a final da Copa do Brasil contra o Vasco. Apesar de não ter estrelas no elenco, o time jogava o melhor futebol do país naquele ano… era muito bem entrosado e que jogava por música. Era bonito de ver aquela equipe jogar. Foi o time que meteu 6×0 no Palmeiras e entrou para o Guinness Book com a maior sequência de vitórias no futebol mundial.  Além deste, como exemplo, posso citar, também, os times de 1989/90, com Tostão, Chicão, Marinho (que havia sido campeão em 1985), Pachequinho e Carlos Alberto. Este time de 1989 foi citado, pelo craque Alex, como o melhor time da história do Coritiba. Ainda teve o time de 1998, que fez grandes partidas e teve a 3ª melhor colocação na fase geral do Brasileirão daquele ano, mas acabou sendo eliminado pela Portuguesa na fase eliminatória, por uma bobeira. E, por último, cito o time de 2003, com Tcheco, Marcel, Adriano, Miranda, Fernando Prass, Rafinha, que terminou o Brasileirão em 4º lugar, levando o Coritiba para a Libertadores de 2004, nossa última participação nessa competição sulamericana.

                Torcer para o Coxa, é uma das mais loucuras que já fez pelo clube, mas já entrou no estádio com a camisa do time do coração na torcida adversária “.O máximo foi entrar com a camiseta no meio da torcida adversária, mas como foi aqui no interior (Em Campo Mourão, Cianorte, Maringá e Engenheiro Beltrão), não tive nenhum problema”.

Cachorro Bob também é Coxa

                E falando de adversário, Orlando cita os principais jogos com o rival Athletico. Ele cita jogos inesquecíveis. “A final do Campeonato Paranaense de 2011. Ganhamos de 3×0 na baixada, com um show de futebol. O pior: A última derrota, sempre”

                Na oportunidade ele cita um amigo athleticano fanático que sempre o corneteava nos jogos “Qualquer atleticano é um incômodo (risos), mas dentre eles, com certeza, o saudoso Carlinhos Teodoro. Ele foi uma pessoa muito querida e sempre muito brincalhona. Mas, vivia pegando no meu pé quando o assunto era Atletiba”.

                Orlando confessa que prefere assistir os jogos sozinhos. “Gosto de prestar a atenção no jogo. impossível não soltar palavrões se você torce para o Coritiba, principalmente com tanta frustração nos últimos anos. Tem hora que dá raiva! É até bom não ter ninguém por perto nessas horas”.

E o Coxa nos últimos anos? Orlando opina sobre a situação do time. “É triste ver um clube que tem uma torcida apaixonada, ser tão mal administrado como tem sido nos últimos anos. Mesmo tendo montado elencos com bons nomes como o Alex, o Deivid, o Kleber Gladiador, os problemas extra campo tem atrapalhado e o clube não obteve nenhum êxito nos últimos anos. Pior, temos brigado para não cair, e nem nisso estamos tendo sucesso. Saudades do período de 2001 a 2004 (Com Evair, Cleber, Liedson, Tcheco, Aristizabal, Tuta e etc…) e de 2011 a 2013. Mas, a atual diretoria, que assumiu em janeiro deste ano, vem com uma mentalidade diferente, e promete resgatar os tempos áureos para a felicidade da torcida coxa-branca. Vamos ver! Estou confiante no trabalho da atual diretoria.

E no final da Resenha Orlando cita o que é ser um torcedor coxa branca. “Ser torcedor do Coritiba é mais do que uma simples escolha, é um sentimento único, personalíssimo e inexplicável. Maior do que qualquer modinha e mais forte do que qualquer influência hereditária.

Orlando monta o seu time do Coritiba de todos os tempos que viu jogar

Goleiro: Wilson

Lateral Direito: Rafinha

Lateral Esquerdo: Struway (ou Adriano)

Zagueiro Direito: Jéci

Zagueiro Esquerdo: Miranda

Volante: Reginaldo Nascimento

Volante: Tcheco

Meia direita: Alex

Meia esquerda: Tostão

Atacante: Pachequinho

Atacante: Keirrison (ou Cleber Arado)

Técnico: Renê Simões