Hoje no nosso quadro Time do Coração a resenha será com o torcedor do Santos Ademar Salvadori, mais conhecido pelos amigos como Nico. Apaixonado desde criança pelas corridas de Formula 1, aos sete anos ele trocou as corridas por futebol, em especial para o peixe da Vila Belmiro.
O pai torcedor do Santos sempre foi espelho na vida e também na área futebolística, porem foi na escola que o amor pelo alvinegro praiano se concretizou. “Minha paixão pelo Santos surgiu quando eu entendi que meu pai também era Santista. Apesar de já me declarar um torcedor do Santos desde meus 7 anos, não era acostumado a assistir aos jogos. Eu preferia a Formula1!! Até que um dia eu passei a entender o porquê na sala da minha casa havia um quadro com um time de Branco e que meu pai acompanhava aquele time. Em 1989, após ter estudado 1 ano em Peabiru, pois meu pai havia sido transferido para lá, voltei a estudar em Campo Mourão. No primeiro dia de aula da 1ª série, eu estava tentando me enturmar e fazer amizade com alguém. Foi quando um menino até então desconhecido chegou pra falar comigo, nos apresentamos, e em uma das primeiras perguntas que ele me fez: “Pra que time você torce? Eu torço pro Santos!!”. E quando ele disse o nome daquele time, lembrei de já ter ouvido o nome daquele time em casa, e respondi: “Eu também!”. E ali nos tornamos amigos! É engraçado isso, pois meu pai NUNCA me incentivou diretamente a torcer pelo mesmo time que ele. E quando esse novo amigo apareceu e disse que torcia para o Santos, parece que, apesar de acharem que é uma bobagem, era o meu destino mesmo. Pois se ele tivesse dito que torcia para outro time, eu poderia não ser santista hoje”.
Mas afinal de contas, o que é ser um santista na verdade, Nico explica. “Ser santista é saber que torce para o mais famoso clube de futebol do mundo. É torcer para o clube que teve o maior jogador de futebol de todos os tempos. Um time com uma história muito bonita e invejável. É saber que sempre aparece algo de novo por lá, como diz aquela frase clichê: “Onde o raio cai mais de uma vez”. Cada torcedor de cada time tem seus motivos e razões para torcer para seu clube, mas, nenhum deles tem a história que o Santos tem. Posso concordar que a história recente não é das melhores, mas, lembrar dos feitos e das conquistas nos enchem de orgulho. O único do mundo a parar uma guerra, o único a conquistar 23 títulos oficiais em uma mesma década, o primeiro clube a alcançar a marca de 6.000 jogos realizados, o time que mais gols marcou no mundo até hoje (12.757 até o dia 28/08), é o clube que mais excursionou pelo mundo na história do futebol, e o primeiro do Brasil a jogar nos 5 continentes… Ser Santista e saber de tudo isso e um pouco mais e ter muito orgulho de torcer por uma agremiação com uma história tão rica e bonita”.
O maior ídolo de Nico é o craque Giovani que fez grande sucesso no clube nos anos 90. Durante a resenha ele cita a maior conquista que celebrou com o time do coração e a grande decepção. “Acho que é a Libertadores de 2011. Embora eu tenha assistido à Final da Copa do Brasil de 2010 no estádio, ainda acho que a Libertadores é a maior delas. A decepção é difícil dizer. Mas, creio que a eliminação na semifinal da Libertadores de 2012”.
Nico cita o gol mais importante e o mais bonito que viu do Santos. “O mais importante que tive a oportunidade de ver foi o primeiro gol de Neymar na final da libertadores de 2011. O mais bonito foi também de Neymar, aquele contra o Flamengo na derrota de 5 a 4, que posteriormente foi premiado com o Puskas”.
O clássico contra o Corinthians foi o primeiro jogo que Nico acompanhou no estádio. “Foi na Vila Belmiro, dia 06 de outubro de 2004. Primeiro jogo do goleiro Fabio Costa pelo Corinthians na Vila. Graças a meu amigo Denis, um São Paulino que morava em Campo Mourão e se mudou pra São Paulo e que me convidou pra ir visita-lo e irmos ao estádio. Vila lotada, 18.987 torcedores (Lembro bem desse número pelo final 987). O jogo acabou empatado em 1 a 1, mas foi uma experiência muito bacana. Tenho o ingresso guardado até hoje!”.
Uma goleada histórica diante do Goiás há dois anos foi a ultima vez de Nico no estádio “Tenho dois cunhados Americanos que, obviamente, converti a Santistas, e um deles, Jimmy, é um verdadeiro amante dos esportes. Sempre que ele vem ao Brasil nos visitar, tentamos fazer algo de diferente. Geralmente tento leva-lo à Vila. No dia 04 de agosto de 2019 fomos até lá e assistimos Santos 6 a 1 Goiás. O time de Sampaoli estava jogando muito bem e fomos pés quentes na escolha do jogo! Estádio lotado, goleada. Perfeito”.
E uma dessas vezes acompanhando o Santos no estádio foi que Nico passou um grande susto e também realizou a maior loucura pelo time do coração”. Foi assistir à Final da Copa do Brasil de 2010. Eu e meu pai teríamos que ir a São Paulo um dia antes da final para que eu pudesse tirar meu visto americano. Quando vi que a final seria no dia seguinte, disse a meu pai que ficaria na capital e desceria para Santos para assistir ao jogo. Dito e feito! Após o processo do visto, meu pai voltou para Campo Mourão e eu segui pra Santos. Consegui meu ingresso com a ajuda de um amigo Santista que fiz na internet mas que não conhecia pessoalmente, que me passou o contato do diretor de torcidas do Santos, e ele comprou meu ingresso e me entregou na frente do estádio. Teve de tudo no dia da final! Após o jogo, durante a saída do estádio, houve um empurra-empurra e eu acabei caindo no chão. Me levantei e segui a caminho de um taxi. Quando entrei no taxi, percebi que haviam batido a minha carteira. Pra ajudar eu tinha 2% de bateria no celular. Liguei pra uma prima que sabia meus dados e pedi pra ela cancelar meus cartões. Me vi perdido em Santos, em uma quarta-feira, mais de meia noite, sem telefone e sem dinheiro! Lembrei que o hotel ficava pros lados do Canal 2 e segui andando pelo canal até encontrar onde estava hospedado. Chegando no hotel, liguei pro meu pai e expliquei a história. No dia seguinte, consegui um cartão temporário em uma agência do banco e consegui comprar minha passagem de volta pra casa.”
Durante a resenha Nico faz uma avaliação do clube nos últimos anos. “Creio que não só o Santos, mas a maioria dos times do Brasil vive com problemas financeiros. O Santos vem de más administrações que só contribuíram para a piora da situação, e, ainda assim, o Santos se reinventa e consegue chegar e lutar por títulos que nem o mais otimista acreditaria. O Santos de 2019 era bonito de ver, mas aquele Flamengo não deu chances pra ninguém. A final da Libertadores do Ano passado também foi uma surpresa, ninguém esperava por aquilo. Sendo assim, apesar de todos os problemas, minha avaliação é positiva. Penso que o atual presidente está colocando as contas em dia e que nós, Santistas, precisamos ter um pouco de paciência que os frutos devem voltar a ser colhidos nos próximos anos”.
E no final da resenha Nico revela o que representa o Santos para ele. “É difícil de explicar. O Santos pra mim representa uma herança. Embora, como comentei anteriormente, que me tornei santista pelo destino talvez, o Santos era o time de meu avô, de meu Pai.. Ambos assistiram Pelé jogar in loco. O Santos representa hoje todas as boas memórias que construí com meu pai assistindo aos jogos e escutando as histórias que ele e meu avô contavam. E agora, tenho a oportunidade de passar tudo isso pro meu filho, o que é muito legal”.
Ele ainda escala os torcedores adversários que mais incomodam
Corinthiano: Todos. (Risos)
Palmeirense: Tenho muitos amigos Palmeirenses, mas acho que nenhum supera o iludido Bruno Couto! (risos)
São Paulino.: Não conheço muitos, mas, creio que o Adhemarzinho japa é o mais iludido deles. Só aparece nas vitórias.
E ainda montou o time do Santos de todos os tempos
Goleiro: Rodolfo Rodríguez
Lateral Direito: Carlos Alberto Torres
Lateral Esquerdo: Léo
Zagueiro: Alex
Zagueiro: Ramos Delgado
Volante: Zito
Meia direita: G10vanni
Meia esquerda: Mengálvio
Atacante: Pelé
Atacante: Neymar
Atacante: Coutinho
Técnico: Lula