Fisioterapeuta Jessica Bianca fala da importância da fisioterapia na recuperação de pacientes com COVID 19

Há quase um ano a Pandemia tem levado pânico e medo ao mundo todo. No Brasil mais de 9 milhões de pessoas já foram infectadas pelo Corona Vírus. Mais de 232 mil mortes já foram registradas no país. De acordo com dados da Secretaria Municipal, em Campo Mourão foram 4.833 pessoas infectadas com Covid e 91 óbitos. São 4.029 pessoas recuperadas na cidade. E em entrevista ao site Resenha CM a fisioterapeuta Jessica Bianca, que está na linha de frente ao COVID, fala sobre a importância da Fisioterapia no processo de recuperação dos pacientes

A fisioterapia respiratória desempenha um importante papel mediante os sintomas da COVID-19 com a finalidade de contribuir em reduzir os sintomas ocasionados por esta doença. Jessica fala sobre os procedimentos que são realizados. ”Esta atuação ocorre desde a participação na equipe multidisciplinar prestando assistência ao paciente grave (intubação, ventilação mecânica e mudanças de decúbito) até condutas de terapia para remoção de secreção brônquica e melhora da função respiratória”.

Pacientes hospitalizados tendem ao imobilismo como consequência da dinâmica hospitalar e assim fica restrito ao leito. “A fisioterapeuta fala das condutas que são realizadas com os pacientes nos hospitais. A fisioterapia dispõe de condutas (sempre que há segurança hemodinâmica e metabólica) que preconizam mobilizações e visam preservar ou melhorar a integridade e amplitude do movimento articular e força muscular. Esse vasto leque de programas de exercícios traz benefícios que não estão restritos apenas ao sistema musculoesquelético, mas trazem uma melhora do quadro geral do paciente, visto que a resposta da capacidade cardiorrespiratória é positiva frente a um exercício bem prescrito, diminuindo as complicações e sintomas da COVID-19”. Disse Jessica

De acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal, 14 pessoas estão na UTI do Hospital Santa Casa com Covid. Jessica fala do trabalho realizado com os pacientes na unidade. “As intervenções do fisioterapeuta incluem o manejo respiratório, onde tem a importante função de regulagem dos respiradores, além da realização de atividades de mobilização precoce para evitar complicações decorrentes da imobilidade”.

Nos casos críticos, a perda de massa muscular é intensa e o papel da fisioterapia é fundamental. Um paciente crítico pode perder entre 17% e 30% da massa muscular nos 10 primeiros dias de uma internação sob cuidados intensivos. Nos casos mais graves de Covid-19, a permanência na UTI pode durar de duas semanas ou mais. Para auxiliar na recuperação desses pacientes ainda no hospital, o fisioterapeuta pode recorrer a exercícios para fortalecer a musculatura respiratória e periférica (braços e pernas).

Na enfermaria do Hospital são 21 pacientes hospitalizados de acordo com o mesmo relatório. E o trabalho do fisioterapeuta também é de grande importância. “Na enfermaria, um paciente grave pós Uti, é preciso dar continuidade ao tratamento até que ele esteja pronto para ter alta e possa se recuperar em casa. A dificuldade de dar alta ao paciente assim que ele sai da UTI se deve ao processo de enfraquecimento muscular que ocorre durante esse período, decorrente da falta de mobilidade e da alimentação estritamente controlada.

Mesmo após receber a alta, o trabalho de fisioterapia deve ser feito em casa. E em casa, pós alta hospitalar continuam necessitando de fisioterapia (principalmente respiratória) por um longo tempo após a desospitalização. A fisioterapia respiratória deve iniciar tão logo o paciente esteja curado dos sintomas mais graves, já que os primeiros sete dias após a alta são decisivos para o desfecho da recuperação funcional. Considerando problemas como desgaste muscular, desnutrição, perda de peso, dificuldades respiratórias e de deglutição decorrentes da intubação, o trabalho de reabilitação nesses casos pode durar de seis semanas a seis meses (ou até mais).

 Jessica fala sobre os exercícios realizados “As atividades propostas incluem desde o uso de aparelhos específicos para trabalhar a musculatura respiratória e a musculatura de maneira global. No caso do exercício respiratório, é necessário um acompanhamento constantemente do paciente para que se possa quantificar a resistência ideal do aparelho em cada caso.