O quadro Guerreiro das Artes Maciais traz uma ferra do boxe chines Sanda, Jiu Jitsu e MMA. Roberto Neves, o Facada é o nosso convidado especial de hoje e conta um pouco de sua trajetória. Facada fala de dificuldades, desafios, conquistas e muito mais em uma resenha descontraída que você acompanha a partir de agora.
Filho de trabalhadores rurais, Facada superou as dificuldades da vida e encontrou nas artes marciais a profissão e amor pelo esporte. “Infância foi bem simples, meus pais trabalhavam na roça, minha infância não foi nada fácil, mas situações difíceis fazem pessoas fortes. Sempre gostei de artes marciais, desde criança eu adorava filmes de lutas, desenhos. Eu tive o primeiro contato aos 14 anos, comecei para me defender de alguns garotos da escola , treinei uns quatro meses e logo parei”.
Após sete anos Facada volta as artes marciais. “Com 21 anos voltei a treinar, depois de ver uma matéria no jornal da cidade falando de uma equipe de sanda que tinha um atleta que tinha voltado do mundial e foi vice campeão. Eu vi aquela equipe e pensei: aqui é meu lugar só tem cara fera, me lembro bem foi em outubro de 2002, em março de 2003 eu estava participando da minha primeira competição. Eu treinei seis meses e fui para o estadual de Sanda e fui campeão, fazendo quatro lutas e ganhei todas.”
O grande incentivador foi um grande amigo. “Foi meu amigo e companheiro de treino Emerson Almeida, quando conheci a academia esse cara tinha acabado de chegar do mundial, cara era referência no SANDA no Brasil e com muita humildade me ajudou muito, me bateu bastante (risos), mas foi meu maior incentivador“.
Sempre o apoio da família foi fundamental e inspiração. Eu não tive a oportunidade de fazer uma faculdade, fui pai aos 15 anos , eu via meus filhos e dizia para eles que não deixaria eles passarem dificuldades, eu passei e não deixaria eles passarem. Com certeza eles me inspiraram a conquistar o impossível” .
Facada começou no Sanda, treinou oito anos, depois conheceu o MMA, BJJ , Muay Thai e Boxe. Ele cita as dificuldades e desafios nas artes marciais. “Dificuldades são muitas principalmente no Brasil onde não temos incentivo e por muitos Brasileiros ser atleta não é profissão, mas o principal é a falta de recursos financeiros”.
Multicampeão, Facada cita as principais conquistas. “No SANDA fiquei 5 vezes campeão Brasileiro em 3 categorias diferente, 4 vezes campeão estadual, 2 vezes campeão pan americano, duas vezes sul americano, vice campeão do king of SANDA um GP profissional na China em 2006, Campeão paulista de kickboxing 2006. Fui atleta da seleção Brasileira durante 5 anos . No MMA tenho 17 lutas 11 vitórias e 6 derrotas. Conquistei o cinturão do Primium fight, evento internacional.
Campeão mundial de Jiu Jitsu ficou para a história. “Foi a maior experiência da minha vida, eu não tinha ideia de como era grande o mundial de BJJ, 10 mil atletas , em minha categoria 45 todos com o mesmo objetivo, ser o melhor do mundo. O mundial de BJJ é o maior evento de luta agarrada do mundo e o mais prestigiado”.
A Seleção Brasileira também chegou para Facada. “Eu realmente não esperava que aconteceria tão cedo, mas como eu disse situações difíceis fazem pessoas fortes, eu fui pai cedo tive que deixar os estudos e trabalhar, pra mim ser atleta era uma chance de ser uma pessoa melhor”.
Durante a resenha Facada fala sobre treinar com as feras do UFC Anderson Silva e Rodrigo e Rogerio Minotauro. “Eu não acreditei quando recebi o convite da boca do próprio Anderson Silva , experiência e muito aprendizado, tive o privilégio de treinar com grandes lendas Como Minotauro e Minotouro, Ronaldo Jacaré, Rodolfo Vieira entre muitos outros sinistros, sou grato por tudo que aprendi e os amigos que fiz”
A fera das artes marciais fala sobre como lidar com as derrotas. “Atletas são feitos de conquistas e derrotas, estava em minha melhor fase, garoto achava que não perderia pra ninguém, mas meu adversário estava treinando e eu estava acomodado. O aprendizado que eu levo é que quanto mais você treina mais fácil fica para alcançar seu objetivo”.
Alegrias e decepções também são lembradas. “Minha maior alegria é ver a onde as artes marciais me levou, conheci grandes pessoas e muitos países. A maior decepção é saber que nem sempre o melhor chega nos maiores eventos de MMA, você além de ter talento você tem que ter sorte e ter alguém para te ajudar”.
Facada fala sobre como é a preparação para uma luta. “É muito complexa, treinos dietas , lesões essa é a parte mais difícil de ser um atleta. Geralmente você começa a se preparar seis semanas antes da luta, os treinos são divididos em duas partes por dias muay thai, jiu jitsu , wrestling ( luta livre ) e preparação física. Chegamos no evento 2 horas antes da luta, nesse tempo eu gosto de dormir um pouco isso me ajuda a relaxar”.
No final da resenha Facada fala sobre sonhos e ídolo. Minotauro é sinistro um amigo humilde sempre me ajudou muito. Mas pra mim é o Mackson Lee, eu vi esse garoto crescer , sei tudo que ele passou, ele tinha todos os motivos para desistir mas não , ele levantou a cabeça e está dando continuidade no que o Markine ( seu pai ) sempre acreditou e sonhou. Meu maior sonho é levar alguns atletas para minha futura academia nos EUA e montar a maior equipe de MMA do mundo. Artes marciais é minha vida, ela me fez ser um pai, marido, amigo ela me deu uma profissão”