Hoje nosso quadro Fera do Esporte Mourãoense traz a historia de um enxadrista mourãoense que vem sendo destaque e representando Campo Mourão em competições estaduais e nacionais. Eric Kazuichi Kaneda conta sua trajetória no xadrez em uma resenha especial que ele revela as conquistas, desafios que o tornaram destaque da modalidade.
E as primeiras jogadas começaram na escola ainda criança. “Iniciei com seis anos a jogar xadrez, e minha primeira competição foi com oito anos. Aprendi os movimentos com meu Pai, em seguida, com uma professora de educação física na Escola Municipal Bento Mussurunga’.
O primeiro jogo foi contra o pai. “Ele tentou me ensinar os movimentos das peças, mas eu não queria ser ensinado. Pedi que ele começasse a jogar, e então fui copiando os movimentos e entendendo sozinho, como cada peça funcionava. Algumas regras especiais e xeques-mates aprendi com ele depois, mas sempre o básico de qualquer jogo/esporte/vídeogame ou brincadeira, eu aprendi vendo, copiando cada detalhe na minha mente e em seguida, imaginando eu mesmo fazendo”.
Eric recorda da primeira competição. “Meu primeiro campeonato foi os jogos primários, aonde o professor e técnico da cidade, na época, me convidou a participar do clube de xadrez. Aí então, minha primeira conquista relevante se deu entre os 9/10 anos, onde fiquei em 3° lugar no campeonato Paranaense sub 10”.
Durante a resenha Eric fala sobre as dificuldades e os desafios. ‘Giram em torno de manter a resiliência de todo dia estudar um pouco. Até agora, tenho mantido a disciplina e constância. E sendo sincero, também há dificuldades financeiras de continuar indo aos torneios, buscando títulos cada vez maiores’.
Os mates especiais e as principais competições sempre estão nas lembranças. “Os primeiros que aprendi e me recordo, foram os Xeque-mates básicos, com Rei e Dama. Joguei os campeonatos Abertos com peso internacional. Fiquei em 6° colocado de 99 participantes na I Copa Mourãoense IRT e também em 16° Colocado de 150 participantes, no X Memorial Hercílio Hermel de Londrina. Um dos resultados que também considero relevante é um torneio online onde fiquei em 376° de 25.203 participantes’.
Dentre as conquistas de Eric estão: Vice paranaense sub 20 em 2013, 3° colocado no Paranaense sub 16 em 2014, 3° colocado no Paranaense sub 10 em 2006. Eric lembra de uma partida que não sai da memória. “Contra o Grande Mestre Jayme Sunye Neto, um dos únicos no país com medalha olímpica de Xadrez e atualmente, o 13° no ranking brasileiro. Aquele jogo me ensinou muita coisa. Fiquei admirado com a humildade de ele me ensinar sobre aquela partida e me indicar alguns estudos”.
Há cinco anos Eric iniciou como professor de xadrez. “Particularmente prefiro competir, mas a arte de ensinar também é maravilhosa! Aprendo muito com os alunos e posso compartilhar momentos incríveis! Em especial as crianças e adolescentes da cidade e Região que atendo, são muito criativas e educadas! Meus alunos geralmente se destacam, ficando em pódios nos campeonatos paranaense e até brasileiros. Mas a principal conquista é o reconhecimento e carinho que eles têm por mim. Muitas vezes é o que soma força e dá combustível para continuar”.
Quase no final da resenha Eric fala da importância do xadrez e os ensinamentos que a modalidade trouxe pra ele. “Definir isso em uma palavra seria difícil. Me trouxe muitos aprendizados, certamente. Acredito que uma escolha de vida, já que é necessária muita disciplina, estudo e prática, como também paciência: os resultados nem sempre são imediatos. Mas ele também me traz a realidade para perto: Se você não estudar e se preparar por você mesmo, ninguém fará. O xadrez Me trouxe reflexões profundas, e como resultado, desenvolvi disciplina, autoconfiança, conhecimento e muita experiência com momentos de aprendizado com diversas pessoas. Claro, também me trouxe diversão e muitos amigos que me ajudam mesmo de longe!
Eric revela para o resenha sobre o futuro. ‘Como desejo subir no ranking é necessário participar de competições que valham pontuação internacional. Nem todas tem isso. Então estou buscando a ajuda que posso para participar do Brasileiro amador, em São Paulo capital. Há também torneios em Florianópolis que valem ranking internacional. Pretendo participar destas e outras competições, apesar de ser bem puxado financeiramente”.
E o grande sonho? Eric revela. “É um sonho muito grande. Mas não é impossível. Sendo sincero, é difícil de contar, pois há muita gente que não acredita que eu seja capaz ou até fale que eu deva parar de sonhar tanto. Mas é algo mais ou menos entre estar no topo do Xadrez brasileiro (até um pouco mais que isso (risos). Para isso, tenho levantado cedo todos os dias e estudado muitos livros, como praticado meus conteúdos também. Mas também, não penso em avançar direto e cair nessa posição de paraquedas: A primeira conquista que almejo é o título de Mestre Nacional, para dar o primeiro passo’.