Um dos corinthianos mais conhecido e apaixonado pelo Sport Clube Corinthians Paulista é o nosso convidado do quadro “Meu Time do Coração” do Resenha CM. Diego Reis Pereira, grande nome do jornalismo em uma resenha descontraída revela sua paixão pelo alvinegro paulista.
E acreditem se quiser, a paixão pelo Corinthians veio por meio de uma derrota em uma decisão de Campeonato Paulista. “Em 1987, por sinal, num campeonato onde fomos vice-campeões paulistas, perdendo para o São Paulo na final, após eliminar o Santos nas semifinais. Mesmo perdendo o título, vi que aquele time tinha uma torcida grandiosa e vibrante, que tinha algo diferente, uma raça incomum, então, assim, passei a ser corintiano. Relembrando bem, após uma derrota em uma decisão de campeonato. Grande parte das pessoas acabam escolhendo um time para torcer após grandes vitórias ou conquistas, eu foi após perder um título (risos). Mas digo pra você que no meu aniversário de um ano de idade, meu primeiro aniversário, eu já estava trajado com o uniforme do Corinthians, então, era algo que não poderia ser diferente”.
Ireno dos Reis Pereira, pai de Diego, mais um apaixonado pelo Timão foi o grande incentivador do filho torcer para o Corinthians. “Com certeza foi grande incentivador para torcer pelo timão”. E um paraguaio é o grande ídolo do nosso entrevistado. “Meu maior ídolo é o zagueiro paraguaio Gamarra, sem sobra de dúvida. Um excelente jogador, sempre com uma excelente conduta profissional. Atleta admirável. Uma técnica impressionante”.
Um jogo em 1988 em Maringá, acompanhado do pai foi a primeira vez que Diego acompanhou o time do coração no estádio. O jogo foi Grêmio de Maringá e Corinthians. Um amistoso, no ano de 1988, no Estádio Willie Davids, em Maringá. O Corinthians havia sido recentemente campeão paulista em cima do Guarani, foi o jogo da entrega de faixas. Ganhamos por 1 a 0, gol do lateral esquerdo Dida, o mesmo que foi campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985. Fui assistir este jogo com o meu pai. Inesquecível, o meu primeiro jogo do Corinthians em um estádio”.
E o clássico contra o Palmeiras em 2009 foi a ultima vez de Diego acompanhando Corinthians. “Foi no ano de 2009, em Presidente Prudente, Corinthians e Palmeiras, 2 a 2, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o jogo onde praticamente o Flamengo virou pra cima deles na classificação, e ficou com o título nacional no final. Neste jogo o Ronaldo Fenômeno marcou os dois gols do Corinthians”.
O primeiro Campeonato Brasileiro conquistado pelo Clube em 1990, equipe comandada por Neto, Ronaldo Giovanelli e Companhia e talismã Tupãzinho foi o título que Diego mais comemorou. “Pra mim foi o título que mais comemorei. Um time que superou tantas dificuldades, e com Neto no comando, fez história. Jogou as quartas contra o Atlético Mineiro, as semifinais contra o Bahia e as finais contra o São Paulo sempre em desvantagem nos confrontos de mata-mata. Mas reverteu tudo e ganhou título com um gol bem ao nosso estilo marcado pelo Tupãzinho, o Talismã da Fiel, no segundo tempo do segundo jogo decisivo”.
O ano de 2007 foi de maior decepção para o torcedor corinthiano e para Diego não foi diferente. A queda para a segunda divisão foi de muita tristeza. “Este ano foi complicado, mas já quando começou o segundo turno do Brasileirão daquele ano eu previa que a coisa não seria boa, e terminou da forma que foi, infelizmente”.
Em 2003, Diego Reis assistiu o Corinthians na Arena da Baixada, porem na torcida atleticana. Ele conta que foi a maior loucura que fez para acompanhar o timão. “Assistir um jogo na Arena da Baixada, em Curitiba, contra o Atlético Paranaense, no meio da torcida atleticana, em um jogo onde choveu muito, foi no ano de 2003. Na época fomos para comprar ingresso de visitante com uma pessoa lá, tudo previamente combinado, mas acabou não dando muito certo, e tivemos que ver o jogo mesmo junto com a torcida adversária. Pensa num medo cara”.
Diego cita ainda gol mais bonito e o mais importante que viu o Corinthians anotar. “O gol mais importante foi o do Romarinho, em La Bombonera, contra o Boca Juniors, no primeiro jogo final da Libertadores de 2012, que abriu o caminho para esta marcante conquista. O gol mais bonito foi do Marcelinho Carioca, na Vila Belmiro, em 1996, pelo Campeonato Paulista, contra o Santos, onde ele chapelou o zagueiro Ronaldo Marconato e chapou a bola sem deixá-la cair. O goleiro era o Edinho, filho do Pelé”.
O grande rival da equipe do Corinthians é o Palmeiras, isso todos já sabem. E o nosso entrevistado cita um momento bom e outro momento ruim assistindo o clássico entre as equipes. “O melhor certamente foi a final do Paulistão de 2018, ganhamos o título na casa deles. Nos pênaltis ainda, foi bom demais. O pior foi a eliminação da Libertadores, também nos pênaltis, com direito a pênalti perdido pelo Marcelinho. Foi muito difícil de digerir este jogo”.
E a polemica do Mundial de 2000? É considerado como Mundial? Diego afirma que sim. “ Certamente. O Corinthians disputou o Campeonato Mundial daquele ano representando o país sede, e na época o representante era o atual campeão nacional. Como ficou com o título brasileiro em 1999, e o Mundial foi em janeiro de 2000, a sua participação foi neste sentido. Se me falarem que foi campeão mundial sem Libertadores, venho com o argumento que a França também foi campeã mundial em 1998 sem disputar Eliminatórias, já que disputou a Copa do Mundo em sua própria casa. Eis aí um grande argumento. Se me disserem que os europeus (Real Madrid e Manchester United) vieram disputar a competição sem compromisso na época, aí é com eles, o time que vem para uma disputa tem que vir pra ganhar, independente se ele a considere importante ou não.
Falando em Mundial, vamos falar de 12 anos depois, conquista da libertadores e mundial do ano de 2012. “Da Libertadores assisti em uma lanchonete ali perto da Fecilcam (Unespar). Do Mundial 2012 eu assisti em casa. Na Libertadores foi a sensação de um enorme peso saindo das costas. Já o Mundial, lá no Japão, foi só uma questão de confirmação do ratificar o que já tínhamos conquistado em 2000. Se pra ser campeão mundial tinha que atravessar o mundo, assim então o fizemos. Atravessemos e ganhemos. E ainda colocamos mais de 20 mil torcedores nos estádios japoneses onde jogamos no Mundial, em Toyota, na semifinal contra o Al Alhy do Egito e na final, contra o Chelsea da Inglaterra, em Yokohama”.
Diego cita os amigos que mais gosta de trocar aquela resenha nos finais das partidas. “Pra te falar a verdade nenhum me incomoda. Os que mais assim que eu tenho contato, sadiamente, mas que os considero gostarem muito dos times deles são o Fernandinho Montesino (palmeirense), o Dirlei Alves (santista) e evidentemente, já nos deixou, mas considerava um grande flamenguista, o meu saudoso amigo Leandro Giovani, o Fausto”.
Nos últimos anos o Corinthians tem sofrido com problemas financeiros. Diego Reis faz criticas a diretoria e a política do clube. “Os últimos dois anos foram péssimos. A política influindo negativamente dentro do clube, a péssima gestão atual está refletindo e muito na atuação do time dentro de campo, e não estou vendo assim previsão de melhora tão próxima. Muita coisa tem que mudar para termos um time competitivo e ganhador de títulos como foi nos anos passados. O Corinthians passa por uma enorme crise, em todos os sentidos”.
Uma historia engraçada mas por pouco não triste para Diego foi pouco antes da Final da Copa do Brasil de 1995 entre Corinthians e Grêmio “ Foi no segundo e último jogo da final da Copa do Brasil em 1995. Eu tinha feito uma cirurgia nas gengivas, bem neste dia, no período da tarde, e estava muito frio. Daí ia jogar Grêmio e Corinthians, final da Copa do Brasil. Um pouco antes do jogo começar, começou a sangrar meus pontos, demais, vertendo sangue pra tudo lado. Tivemos que ligar para o dentista ir me atender a noite, urgentemente, no consultório, emergencial mesmo. Enfim, resolvido tudo, viemos pra casa e ainda deu tempo de ver o Corinthians ser campeão, com um gol de Marcelinho Carioca, sobre aquele timaço gremista, que tinha Paulo Nunes e Jardel, que viria a ser logo depois Campeão da Libertadores, sob o comando do Luiz Felipe Scolari”.
Fechando nossa entrevista Diego fala sobre a paixão pelo Corinthians e o que é ser um Corinthiano. “É fazer parte de uma nação. O corintiano sempre está ao lado do time, é um torcedor diferenciado, e quem conhece a história de superação, de grandes conquistas, a maioria delas com muito sofrimento, muita angustia, mas buscando suas conquistas com grandiosidade, sabe que esta é uma característica marcante deste time e de seu torcedor. Sempre digo que ser corintiano é 8 a 80, ou fica feliz demais com o time, ou fica muito indignado mesmo. Fazer parte de tudo isso é muito legal, pelos dois lados”.
Diego escala ainda o Time do Corinthians de todos os tempos que ele viu jogar
Goleiro – Cássio
Lateral Direito – Giba
Lateral Esquerdo – Kleber
Zagueiro Direito – Gamarra
Zagueiro Esquerdo – Willian
Volante – Vampeta
Volante – Rincón
Meia direita – Marcelinho Carioca
Meia esquerda – Neto
Atacante – Ronaldo
Atacante – Emerson Sheik
Técnico: Tite