O Fisioterapeuta do Campo Mourão Futsal Lucas Vargas de Andrade completou na última partida pela equipe mourãoense 200 jogos atuando na profissão com equipes de futsal. Em entrevista ao Resenha CM Lucas fala da profissão, importância do trabalho de fisioterapia no futsal. Uma entrevista esclarecedora que você acompanha a partir de agora no nosso site.
Lucas chegou na cidade no início do ano para a temporada. “Já havia falado com alguns amigos sobre a cidade, e as boas informações me deixaram tranquilo por escolher vir pra cá. Fomos muito bem recebidos e acolhidos. As crianças adoraram a escola e se habituaram rapidamente. Confesso que o trânsito foi o mais difícil, mas deu pra se acostumar já”.
O fisioterapeuta fala da expectativa para a temporada; “A expectativa é muito boa, sempre acompanhei o trabalho do Alemão e do Pedro, que são excelentes profissionais, e vir pra cá me deixou animado com a probabilidade de um título de expressão”.
E durante a resenha ele fala sobre o início da carreira. ‘Após um problema no Joelho que teve que receber cuidados Lucas se encantou e escolheu o curso de fisioterapia como profissão. “A área da saúde sempre me encantou, e desde o ensino médio queria atuar nessa frente. A fisioterapia entrou na minha vida em 2008, quando precisei dos cuidados, para um problema no joelho. Os profissionais que me atenderam na época nem devem saber, mas o ambiente, a minha evolução com o tratamento, alimentou muito o desejo de entrar para essa profissão maravilhosa. Em 2010 entrei na faculdade, graças ao FIES consegui me manter nela, me formando em 2015.
Após atuar em outras ares da fisioterapia, no dia 16 de maio de 2017 Lucas iniciou na área esportiva, completando quatro anos na próxima semana. “Em março de 2015 peguei o meu registro no conselho de fisioterapia, comecei atuando na Fisioterapia do Trabalho, onde possuo pós graduação na área. Em 2016 trabalhei com fisioterapia clínica geral, atendendo em uma clínica. Em 2017 entrei para o esporte. São seis anos de atuação, e desses 6, no dia 16/05, completo quatro no esporte”.
Trabalhos diferenciados realizados no Marreco em 2017, Copagril Futsal em 2018 e2019 e na temporada passada no Pato Futsal. “Muito feliz em chegar ao Campo Mourão Futsal em 2021”
E nesses quatro anos no departamento de fisioterapia de futsal, Lucas cita jogos marcantes na modalidade. “Em 2017 o segundo jogo das Quartas de final da LNF onde eliminamos a equipe do Corinthians na prorrogação dentro do Parque São Jorge.Em 2018 o segundo jogo das Quartas de final da LNF onde eliminamos o Carlos Barbosa no RS. Em 2020 o primeiro jogo do campeonato Paranaense, por ser de Pato Branco, foi a primeira vez que estava lá em um jogo com a torcida a favor, foi uma emoção muito grande estar em casa, com amigos e familiares na arquibancada.
Na oportunidade Lucas fala da diferença no trabalho de fisioterapia no esporte com de outras áreas da profissão. “O fisioterapeuta que trabalha no desporto carrega a mesma responsabilidade ética dos outros fisioterapeutas no tratamento, porém, a diferença se encontra na pressão imposta pelo meio esportivo. A cobrança da diretoria devido ao investimento por tempo/dinheiro e do técnico e preparador físico pelos minutos jogados/minutos inativos impõe uma extrema responsabilidade na nossa tomada de decisão desde a prevenção até o tratamento de lesões”.
E o trabalho do fisioterapeuta no futsal. Lucas fala sobre qualificação dos profissionais e também dos trabalhos realizados. “A fisioterapia no futsal vem crescendo ano após ano, estamos nos qualificando, estudando e nos fortalecendo cada vez mais. O nosso grupo de Fisioterapeutas da Liga Nacional de Futsal faz um trabalho de excelência, coordenados pelo fisioterapeuta do Minas Tênis Clube, Felipe Pereira, fazemos o registro de lesões de todos os clubes na temporada, onde conseguimos analisar e programar a próxima temporada visando a redução nos números de lesões pelas taxas de incidências.
O nosso papel é avaliar, analisar, prescrever. Atuamos como pilar fundamental na prevenção de lesões, com trabalhos específicos, buscando a individualidade biológica de cada atleta. Na promoção de saúde, com orientações que vão além das quatro linhas.
E no tratamento das lesões, atuando diretamente no clube, conseguimos visualizar a biomecânica da lesão, iniciar o tratamento precocemente e conduzir da melhor maneira a recuperação do atleta. Nosso trabalho é constante com a comissão técnica, onde todas as tomadas de decisão são em conjunto, esse trabalho multi ou interdisciplinar é a chave do sucesso.
São duzentos jogos trabalhando com a modalidade, Lucas fala sobre o crescimento e o desenvolvimento dos trabalhos; “Busco sempre estar em desenvolvimento, e jogo após jogo, campeonato após campeonato, clube após clube, carrego melhorias com as coisas boas que vejo em cada profissional que trabalho. Estou mais atuante nos treinamentos, professor Alemão e o Pedro que o digam, toda hora deixando uma pulga atrás da orelha com os controles de carga. Sou mais presente nos micro ciclos, estou com voz mais ativa nas reuniões e tomadas de decisões. Nas partidas gosto de manter um diálogo saudável a todo momento com a equipe de arbitragem e ajudar no controle dos atletas.
Estou muito feliz com a minha evolução profissional, coleciono mais acertos do que erros e sei que preciso evoluir ainda mais para chegar nos meus objetivos, mas esforço e dedicação para alcançá-los não irão faltar.
Lucas fala sobre o trabalho realizado na prevenção de lesões. “ O trabalho começa na anamnese, na consulta com o ex clube do atleta, passa pela avaliação inicial e nos testes de pré temporada. É feito um protocolo individual e geral. No individual são complementos para certos grupos musculares ou articulações deficitárias. No geral são exercícios dentro do que é mais exigido do atleta e dos quais os índices pregressos apontam um maior número de lesões. Lembrando que esse trabalho é complementar ao do preparador físico, deixamos o atleta apto para realizar qualquer atividade imposta pelo Pedro, deixando com ele o principal do condicionamento do atleta”.
E na recuperação após lesão, ou cirurgia, Lucas fala do processo de cuidados com o atleta até a volta dele as quadras. Será que existe uma lesão mais difícil de ser tratada, ele responde. “A recuperação inicia no ato da lesão, o atendimento imediato é o que vai fazer o processo evoluir da melhor maneira. Os períodos são aumentados chegando a trabalhar 14/14 ou 12/14 períodos semanais, passa pelo processo de cicatrização, fortalecimento e recondicionamento até a transição para o preparador físico e retorno ao esporte. Creio que não há lesão fácil, pois cada organismo reage de uma maneira, cada atleta tem sua individualidade biológica. Já recuperei lesões grau II com sete dias de tratamento, já fiz com que um atleta conseguisse jogar com o LCA rompido levando o time para uma semi final de liga nacional e final de campeonato estadual. Por outro lado, uma lesão de baixo grau demorou 14 dias, uma lesão de coxim adiposo 21 dias. O importante é o protocolo do tratamento ser elaborado cientificamente nas melhores técnicas disponíveis.
E o final da resenha Lucas fala sobre as dificuldades dos trabalhos durante a Pandemia. “O ano passado nos impôs uma dificuldade nunca vista anteriormente, um longo tempo de inatividade, com a falta de trabalhos presenciais, com a falta de controle específico. Apesar de termos elaborado grandes trabalhos de maneira remota, cada atleta possuía um espaço diferente, equipamentos diferentes. Então o condicionamento não conseguiu ser o mesmo para todos. A incerteza dos jogos, o fator psicológico e social (com certas reduções) atrapalhou muito o ano. A falta de público nos ginásios também afetou o glamour das partidas. Vamos torcer pra que tudo se normalize o mais rápido possível, para que todos estejam em segurança dentro e fora do esporte.
Foto Ak Filmes/ Alisson Lima