Hoje o quadro Guerreiro das Artes Marciais traz a história do atleta e professor de Jiu Jitsu Díonata da Silva Benedito. Natural de Cornélio Procópio conheceu a modalidade na fase adulta e junto também com o professor Ricardo Batista desenvolve um trabalho destaque que tem contribuído com crianças. Essa resenha você acompanha a partir de agora em nosso site.
Com 26 anos o Jiu Jitsu apareceu na vida de Dionata. ‘Foi por meio de um grande amigo que fazia faculdade comigo, Vitor Augusto. Eu comecei a fazer porque não tinha tempo para nada entre faculdade, o trabalho e a família. Éramos em três treinando das 23hs até às 00:00, eu o Vitor e mais o Jorge Lucas. Acho que no fim nós três sempre incentivamos um ao outro, na verdade o Jorge me incentiva até hoje.”
Além do incentivo dos amigos, o professor de Judô também foi grande inspiração. “Posso dizer que uma pessoa que me inspira é o meu sensei no judô, Fábio Uchôa. Ele é um exemplo de determinação e disciplina eu o respeito muito e me espelho muito nele”.
Na oportunidade Dionata relembra a primeira luta. “Foi em um campeonato local em Umuarama, salvo engano em 2015. Lutei com um gringo que estava morando em Maringá e treinava na Team Nogueira, nem consegui pronunciar o nome de tão estranho. Foi impressionante, com um ginásio lotado, na hora que entrei para a luta não conseguia ouvir mais nada nem mesmo as orientações do meu professor Daniel Ramos. A única instrução que ele conseguiu me passar foi quando por um instante eu olhei pra ele e entendi o gesto que ele fez e que me rendeu a vitória por uma vantagem”.
A primeira competição sendo instrutor e com alunos acompanhando ficou marcada para Dionata. “Eu até então nunca havia lutado um absoluto que é quando se juntam todos os pesos e os atletas são divididos apenas pela graduação. Nessa competição, em especial, eu lutei o absoluto por acaso devido a insistência de um companheiro de equipe e superando as expectativas e na pura coragem e determinação eu consegui chegar até a final. É extremamente desgastante, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Na primeira luta peguei um oponente com cerca de 130kg e eu com 70, cada luta é um cenário, uma adversidade, um obstáculo diferente. Outro exemplo, na semifinal eu com 1,60m de altura peguei um oponente com cerca de 1,90m, a diferença de alcance entre nós era muito grande. Aí por ter superado tanta adversidade, o cansaço e tudo mais eu considero como o momento mais marcante. Não venci a final mas foi um segundo lugar com gosto de primeiro”.
Dionata fala de ídolos e das principais dificuldades. “Eu não tenho um grande ídolo no jiu-jitsu mas sou um grande fã dos irmãos Mendes pelo que alcançaram e da maneira que começaram. As principais dificuldades para quem começa tão tarde como eu é conciliar os treinos com família e trabalho. Tem gente por aí que faz dois a três treinos por dia e no meu caso isso é o mínimo que eu consigo na semana. Fora tempo para acompanhamento com nutricionista, procurar patrocínio e tudo mais.
Duas conquistas também estão guardadas na memória do guerreiro das artes marciais desta semana. “A maioria das competições que eu lutei tanto no jiu-jitsu quanto no judô foram locais mas eu tenho orgulho do meu título de campeão paranaense na faixa azul de jiu-jitsiu e do terceiro lugar no desafio marrom e preta de judô na categoria estímulo’.
A modalidade tem crescido no Brasil e Dionata fala da evolução do Jiu Jitsu em Campo Mourão ‘O jiu-jitsu em campo Mourão hoje cresceu muito. Quando comecei eram apenas três equipes, hoje são cinco mais os projetos sociais e ainda tem espaço para muito mais o problema tanto a nível de campo Mourão como a nível de Brasil são os estereótipos acerca do jiu-jitsu. As pessoas julgam como esporte violento, devido a um passado recente ou a “só agarração” por não conhecerem a fundo. Mas o fato é que o jiu-jitsu é extremamente importante para qualquer pessoa independente da idade, gênero ou classe social pois agrega muitos valores e edifica a pessoa’.
E o Jiu Jitsu é uma ótima escolha para as crianças, Dionata fala da importância. “Hoje a IBJJF pede no mínimo 4 anos de idade para se iniciar no jiu-jitsu, mas mesmo nessa idade a criança vai mais para “socializar” do que para aprender a arte marcial mesmo. O jiu-jitsu ajuda a pessoa a conhecer melhor a si mesma, as suas limitações e dificuldades, ele fortalece o caráter e dá confiança aos seus praticantes. É a arte marcial quase perfeita”.
E por falar em crianças, Dionata fala do trabalho realizado junto com o professor Ricardo Batista chamado Semeando Campeões. ‘O projeto começou na quarta igreja renovada no ano de 2017, eu e o Ricardo Batista que é o outro instrutor fomos convidados a contribuir e acabamos assumindo a frente, hoje estamos na primeira Igreja Batista e temos também uma célula no Lar Paraná, atendemos cerca de 40 crianças entre 4 e 16 anos. Acho que o jiu-jitsu é uma ferramenta essencial para a formação da criança. Nessa fase de auto conhecimento a criança precisa da disciplina, da socialização, conhecer seus limites e claro ter confiança em si mesma. Além disso é uma forte ferramenta contra o sedentarismo que é mais comum do que se parece para as crianças hoje..