No Brasil, desde o ano de 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, criou e organiza o Setembro Amarelo que tem o objetivo de prevenir mortes por suicídio. Hoje o Resenha CM aborda esse tema delicado com Neuropsicólogo e professor Frank Duarte.
Tristeza, angustias e sentimentos ruins tem sido comuns nas pessoas. Frank fala o motivo que as pessoas estão adoecendo. “A definição de doença é a ausência de saúde, assim o contexto atual nos permite identificar que as pessoas estão cada vez mais com ausência de saúde, seja ela física, mental ou psicológica. A correria do dia a dia, a pressão pelo melhor desempenho profissional, o encontro da pessoa perfeita, a conclusão da graduação, tudo isso promove uma perda de saúde”.
E com isso depressão afeta boa parte da população, Frank fala sobre essa doença que cresceu consideravelmente no período pandêmico em que o mundo está passando. “Uma das doenças marcantes no período de pandemia é o isolamento e com ela características depressivas. A depressão tem sido uma psicopatologia (doença da mente) presente na sociedade atual. Deixar de ter prazer naquilo que faz, perder a vontade de realizar coisas, de festejar ou confraternizar, estar próximo daqueles que gosta, são característica de pessoas que relatam problemas depressivos. Neurologicamente o estresse e baixa de noradopamina do nosso cérebro, tem participação na incidência de depressão”.
E o que leva a pessoa cometer o ato extremo do suicídio, Frank explica os motivos e também sobre o que a vitima pode estar pensando na hora. “Imaginemos que alguém tenha um problema muito grande para resolver e que não consegue encontrar uma solução. Todas as portas e saídas estão fechadas, no entanto, o problema só existe por que eu estou aqui. Então, logo se eu não existir o problema também desaparecerá. Esse relato é comum em pessoas que tem ideação (pensamentos) suicidas e que procuram os meios para realizar o ato, e conseguir acabar com a dor intensa e constante que sentem, pois não há remédio que possa passar está dor. Um pensamento marcante é “não tem jeito!”. Não há solução viável é possível para resolver e sanar a dor intensa que insiste em visitar. Isso explica as automutilacoes, sendo uma espécie de aliviar a dor e não necessariamente de tirar a própria vida”.
Na oportunidade Frank cita como pode ser evitado o suicídio de uma pessoa e todo suporte e auxilio que ela precisa. “Identificar que precisa de ajuda é o primeiro passo. Procurar um profissional da medicina para suporte de medicação, pode auxiliar, em conjunto com o trabalho da psicoterapia. Nestas circunstâncias, falar é a melhor saída, e se possível compreender e entender como lidar com isso. Se houver mudança repentina de comportamento. Alguém muito alegre e agitado, sem justificativas aparente, passar a ficar quieto ou isolado isso é um alerta. Se ouvir um amigo ou familiar dizer frases do tipo “que vontade de sumir”, “andar sem parar”, “dormir e nunca mais acordar”, “ir e nunca mais voltar”, são indicativos de vigilância”.
No final da resenha Frank cita como a pessoa pode receber auxilio e ajuda. “Hoje dispõe de alguns recursos, na área pública tem as UBS, Ambulatório de Saúde Mental, Caps e também as Faculdade de Psicologia que ofertam atendimento gratuito. Encontrar um meio de poder desabafar, falar, ser acolhido, é a melhor saída. Lembre-se, você nunca está só”.
Foto Face Frank Duarte