Hoje nossa Guerreira das Artes Marciais tem um currículo de tirar o chapéu. São mais de 50 títulos estaduais, entre torneios regionais, paranaenses, brasileiros. Natural de Francisco Beltrão e há 14 anos está em Campo Mourão, estudiosa, formada em Educação Física, tem três pós-graduações e um treinamento de karatê sobre técnicas de defesa nos Estados Unidos, Miriam Carneiro Ortiz contará a sua história a partir de agora no Resenha CM.
Por incentivo dos pais, Miriam iniciou nas artes marciais criança. “Tive uma infância saudável, tranquila com uma família abençoada e feliz, comecei a treinar com nove anos pois meus pais queriam que eu aprendesse a me defender e fosse mais segura”.
Após dois anos de treinamentos, participações em competições conquistou o primeiro troféu. “Depois de muitas derrotas consegui finalmente ser campeã, lembro-me até hoje de quando levantei meu primeiro troféu, foi muito especial. Depois disso nunca mais perdi nenhuma competição”.
E foram muitas conquistas, representando sua cidade e o estado nas competições. “Foram mais de 50 títulos de campeã entre torneios regionais, paranaenses, jogos abertos, e brasileiros. Em 1996 sagrei-me penta campeã da Copa paranaense e campeã brasileira infanto juvenil, em 1998 tricampeã da Copa paranaense e mais uma vez campeã brasileira juvenil”.
E com 16 anos, Miriam tem dois novos motivos para comemorar além dos campeonatos “Comecei a dar aulas de karatê e logo em seguida conquisto a faixa preta, sendo a primeira menina a alcançar tamanha graduação na minha cidade. Foi umas das sensações mais incríveis que já vivi. Fruto de muito treino e dedicação que consegui graças a minha família que sempre me apoiou e ao meu Sensei Celso Potrick que me preparou para esse momento.
Todos os atletas de rendimento das artes marciais têm um preparo muito intenso antes das competições. Miriam conta como são realizados os seus treinamentos. “Os preparativos para um campeonato são de bastante treinos e foco. Na noite anterior a competição mentalizo tudo o que treinei da forma mais positiva e visualizo os movimentos que pretendo apresentar. Os treinamentos são de duas formas, físico e técnico. Ambos precisam andar juntos”.
E momentos de antes de entrar no tatame? O que a nossa Guerreira das artes marciais desta semana costuma fazer? Ela conta para os leitores do Resenha. “Procuro manter a calma e confiar em toda a preparação feita para aquele momento, aí é respirar fundo e confiar. Antes de pensar no adversário precisamos enfrentar a nós mesmos, nosso medo, fraqueza, indisciplina, insegurança, o objetivo principal do karatê é esse, dominar a si próprio! É uma busca constante pelo equilíbrio físico e mental”.
Na oportunidade Miriam fala sobre o seu grande ídolo na modalidade. “É sem dúvida meu Mestre Koji Takamatsu (in memorian) que veio do Japão com a missão de ensinar karatê ao povo brasileiro, priorizando o treinamento sério, com foco e determinação, mas lembrando sempre que somos como uma família, devendo um ajudar a cuidar do outro, o mais graduado orienta o menos graduado. Nosso estilo é um grupo muito unido, temos excelentes professores extremamente graduados e capacitados para nos atender. Reunimo-nos pelo menos uma vez ao ano para estudar o karatê, onde somos orientados pelo nosso então Mestre Sérgio Takamatsu que não mede esforços para sanar todas as nossas dúvidas e oferecer o melhor da essência do karatê.”.
Há 14 anos Miriam está em Campo Mourão e realiza um trabalho diferenciado como professora de Karatê. “Realizo um projeto terceirizado juntamente com o Colégio Vicentino Santa Cruz onde atendo crianças a partir de 3 anos, com a chegada da pandemia surgiu a necessidade de colocar um sonho antigo em prática, que era a materialização do nosso próprio Dojo. E assim, com a ajuda da família hoje temos um local apropriado, ao lado da Tennis Place, para receber alunos de toda a cidade.
Uma analise sobre a modalidade é feita pela nossa entrevistada. “O karate ainda é uma modalidade pouco difundida, talvez pela complexidade da arte, não é fácil se tornar um faixa preta! Também não aparece na mídia, porém, agora com a oportunidade olímpica, acredito que o karatê irá se disseminar e conquistar novos praticantes”.
E mesmo sendo professora, Miriam fala da necessidade de estar em treinamento, estudando. “Assim como tudo na vida precisamos estar em constante treinamento, aperfeiçoando técnicas, descobrindo novas formas de motivar os alunos, participo de treinamentos nesse sentido desde que tinha 13 anos, chamamos de Gashuco o momento onde nos reunimos para imergir no conteúdo do karate. Também me formei em Educação Física, fiz 3 pós-graduações e um treinamento de karatê sobre técnicas de defesa nos Estados Unidos”.
No final da Resenha Miriam cita o maior sonho com a modalidade. “ Aos meus alunos meu maior sonho dentro do karatê é oferecer uma modalidade que traga além de benefícios físicos e técnicos, que possa ajudá-los a crescer como seres humanos diferenciados, respeitosos e de caráter indiscutível vencendo seus medos, insegurança e indisciplina, tornando-se exemplos para a sociedade”.