O Basquete Feminino de Campo Mourão conta com duas irmãs que brilham com jogadas, assistências, rebotes e cestas e que representam muito bem a cidade em Campeonatos Estaduais, Jogos da Juventude, Jogos Abertos. Daniele e Daiane Fuzzo vem se destacando na modalidade desde a infância até conquistar títulos pela cidade. E a história das duas você acompanha a partir de agora no Resenha CM.
Daiane iniciou no basquete em 1998 com o incentivo e apoio do professor Valdeir Ferro. “Quando iniciei no basquete em Campo Mourão havia três categorias e três grupos grandes. Eu participava do primeiro horário com a equipe de iniciação. Logo fui convidada para participar do último horário para treinar com a equipe da juventude, eram tantas meninas, e alguns dias tinha mais de 20 meninas, nem sempre tínhamos a oportunidade para participar do coletivo”.
Já Daniele por influência da irmã iniciou no basquete no Centro de Excelência. “Comecei no basquete em 1999, com 7 anos, na época existia o Centro de Excelência. Faltava uma menina na categoria mais nova, foi quando a Dai pensou em me levar, até então eu não conhecia o basquete ainda. Foi aí que começou minha história e amor pela modalidade”.
As jogadoras Hortência, Paula, Janete e o jogador Oscar foram as grandes inspirações de Daiane. O grande ídolo é Michael Jordan. E o grande sonho é de ver o basquete feminino crescer no país.
A irmã Daiane, a mãe Neuza e as companheiras de time foram inspirações para Daniele. “Quem sempre me incentivou a jogar basquete foi minha irmã Daiane e minha mãe, que não media esforços para fazer o que nós queríamos. Minha irmã sempre me inspirou e me influenciou no esporte. Além dela, outras atletas também me inspiraram, alguns exemplos são Milena e Larissa, atletas de Campo Mourão que também, jogaram por muitos anos juntas, e eu tive a oportunidade de jogar com essas três”.
Daiane teve passagens por Campo Mourão e Assis SP e também algumas participações em Roncador, Londrina, São José dos Pinhais, Apucarana, Campina da Lagoa (Pr) e em Presidente Prudente (S.P). Ao longo da carreira Daiane conquistou diversos títulos: Cinco vezes campeã dos Jogos Abertos do Paraná, (2003, 2013, 2014, 2015 e 2016). Três vezes campeã dos jogos regionais do interior de São Paulo (2004, 2005, 2006) na categoria sub. 21. Segunda colocada nos Jogos da Juventude brasileira 2002 em Goiânia, Terceira colocação nos Jogos da juventude brasileira 2003 em Brasília. Nos Jogos da Juventude foram dois segundos lugares em 2000 e 2001 e uma terceira colocação em 2002”.
Além de ser quatro vezes campeã dos Jogos Abertos do Paraná, ( 2013, 2014, 2015 e 2016) com a irmã, Daniele foi vice campeã dos Jogos da Juventude
Além de jogar por Campo Mourão, Daniele atuou por Manoel Ribas ( primeiro Jogos Abertos em 2009) e Presidente Prudente – SP. “Participei da escolinha, na época era ministrada pelas atletas mais velhas. Passei pelos Jogos Escolares Categorias A e B de 2005 até 2009. Participei dos Jogos da Juventude Divisão B, dos anos de 2007 a 2009. Em 2010 participei dos Jogos da Juventude Divisão A. De 2009 até 2019 participei de todos os Jogos Abertos do Paraná. Com exceção de 2017 pois estava grávida” Disse Daniele.
Semifinal dos jogos da juventude é considerado o jogo inesquecível de Daiane “No final do primeiro tempo estávamos perdendo por 20 pontos contra a equipe de Castro (na época a equipe de Castro contava com três atletas que jogavam representando a equipe do Paraná e duas delas eram titulares). Bom, o professor Valdeir Ferro deu uma bronca na equipe falou muito que não estávamos jogando nosso jogo, e estávamos jogando como se não acreditássemos na vitória, e que ele acreditava que éramos capazes de ganhar, falou sobre nosso potencial, e que se jogássemos não pensando no placar, mas sim fazer ponto a ponto, defender uma cesta de cada vez, e tentássemos agarrar a bola com toda nossa vontade, iriamos ganhar aquele jogo. E assim compramos a ideia dele, tiramos aos poucos os pontos e viramos o jogo. Esse foi um dos jogos mais inesquecíveis que joguei. Para os que não conhecem o basquete 20 pontos pode não parecer nada, mais são muitos pontos”.
Jogos abertos em Apucarana ficou marcado para Daiane também. “Um ano que jogamos, porque nem todos os Jogos Abertos conseguimos unir todas as meninas de Campo Mourão. Mas me marcou muito os jogos em Apucarana acho que em 2015, fomos representar a cidade aquele ano, sem muitos treinamentos da equipe toda junta, sem muitos amistosos. Caímos em uma chave que teoricamente nem passaríamos da primeira fase, iriamos mesmo só para representar. Perdemos o primeiro jogo de estreia e somente um milagre para passar da primeira fase. Mas esse ano foi incrível, não sei como explicar, só sei que aquele ano fomos campeãs juntamente com o Coach Emerson”. Relatou Daiane.
Já Daniele cita duas partidas especiais na carreira. “Uma foi em 2009, na final dos Jogos da Juventude em Umuarama e um Jogos Abertos. “Perdemos o jogo por um ponto, mas mesmo assim conquistamos o acesso para a Divisão A”. E o outro foi em um Jogos Abertos, não vou me recordar o ano e onde foi, mas lembro que era contra Irati e precisávamos vencer o jogo com uma diferença de 15 pontos. Foi um jogo difícil mas vencemos, e foi o jogo onde em que mais pontuei, fiz 24 pontos, sendo 7 bolas de 3 pontos. E o mais engraçado é que na matéria da Paraná Esportes, eles colocam que foi a Dai que fez os 24 pontos”
Na oportunidade Daniele faz uma análise sobre o basquete feminino. “O basquete feminino hoje em dia está muito esquecido de certa forma. Não há tantas atletas e equipes como antes. Mas acredito que isso abrange quase todas os esportes no naipe feminino. É muito difícil conciliar a vida da mulher, com uma rotina de treino. Pensando na nossa equipe do Campo Mourão Basquete, muitas são casadas e tem filhos, além do trabalho”.
Daiane fala da importância do basquete em sua vida “O basquete faz parte da minha vida, o esporte me trouxe grandes amizades, me trouxe foco me distanciando de qualquer caminho errado que passasse no meu caminho durante a juventude, me deu os meus estudos, me deu oportunidades de conhecer muito lugares, me deu cultura, respeito, me ensinou a ganhar com as derrotas e a vencer”
Daniele também sobre a modalidade. “O basquete me proporcionou muito mais que apenas esporte, ele trouxe uma bagagem muito grande, onde aprende-se dedicação, respeito, amor, companheirismo. Gosto de dizer que dentro do basquete eu tenho uma família, uma imensa família. Foi através do basquete que fiz muitas amizades, pude conhecer e conviver com pessoas incríveis. Por isso chamo o nosso time de família, onde uma pode contar com a outra”.
E Daniele quer jogar até na categoria Master do basquete. É uma “bola” de felicidade! Conquista inúmeras alegrias com o basquete, além de ter sido fundamental para minha formação como pessoa. Enquanto eu puder, quero jogar basquete! Um sonho hoje, é poder continuar jogando basquete com essa equipe maravilhosa, daqui a pouco chegaremos no Máster.
No final da resenha as irmãs falam da parceria e de como é estar em quadra juntas. Daiane fala da união. “Sempre fomos muito unidas e ela esteve ao meu lado em momentos maravilhosos da minha vida, até casamos juntas no mesmo dia. Mas nunca vou esquecer os maiores perrengues que passei ela estava do meu lado e sempre aguentou firme e forte, foi muito difícil perder nossa mãe, mas a presença da minha irmã na minha vida me conforta. A Dani está sempre do meu lado, e sempre me ajudando muito em tudo, com meus filhos, em casa, no trabalho.”
E dentro da quadra? “Estava falando com a Dani esses dias sobre isso, quando éramos menores era um sonho participar de um campeonato oficial com ela, já que somos sete anos de diferença, parecia que seria impossível, também não pensava que fosse prolongar tanto assim minha carreira em quadras (risos) Minha irmã é para mim o que ela é na minha vida, parece até que ela é minha irmã mais velha, é minha segurança em quadra, é meu equilíbrio, agente se entende, nosso jogo se encaixa, é maravilhoso ter minha irmã na quadra comigo”.
Daniele cita com muito carinho essa parceria dentro e fora das quadras. “ “Jogar com minha irmã foi incrível, e ao mesmo tempo um pouco estranho. Sempre nos demos muito bem fora de quadra, e em quadra não foi diferente, o único problema, ou não né, é que uma sempre defendeu muito a outra, em um esporte com contato sempre tinha alguém apanhando né. Mas saber que uma tinha a outra sempre nos deu forças, em quadra e fora de quadra. E é assim até hoje. Ela como irmã mais velha sempre foi meu espelho, no esporte e na vida, costumo dizer que é a minha segunda mãe.
Em jogos oficiais as irmãs nunca jogaram contra, mas um campeonato citadino que leva o nome da mãe das meninas Troféu Neuza Maria Fuzzo as duas irmãs jogaram por times opostos. E terminou com a vitória da equipe de Daiane. Daniele conta que o pai não gostou de ver as filhas em lados opostos. “Foi a única vez em que nosso pai foi até o ginásio ver um jogo nosso, quando viu que estava uma em cada time ele foi embora”
Daiane montou uma seleção das melhores com quem já jogou: Dani, Larissa, Pauline , Jana, Jeanne (hj jogando profissionalmente), Everli, Antonielli, Marcynha, Milena, Carolina Junqueira, Daiane Nogueira e Elisa.
Daniele também escalou o seu time. “De titular eu colocaria a Milena de armadora, Larissa, Janaine e Pauline disputando nas laterais, Dai e Everli de pivô”.