Um conhecido ditado cita que “Filho de Peixe, peixinho é” e uma história hoje será contada no nosso quadro Guerreiro das Artes Marciais. Derek Uchoa, destaque e promessa do Judô mourãoense, filho do professor Fabio Uchoa é o nosso convidado e conta um pouco de sua trajetória na modalidade.
Seguindo os passos do pai, desde os três anos de idade, Derek está no tatame e com a modalidade. “Meu pai que é o sensei de Campo Mourão foi a principal influência para mim, ele me apresentou o judô e fez eu me apaixonar nele. Na verdade, eu não escolhi o judô, ele me escolheu, felizmente nasci em uma família judoca e por isso comecei”.
Além do pai sensei, Derek tem ainda a mãe Shay e a irmã Ashley na família no judô. “É muito bom, além de engraçado, pois cada abraço acaba em um golpe. Com o pai nós nos entendemos, eu sei o que ele quer fazer durante a aula e ele sabe como eu vou ajuda-lo sem precisar de comunicação. Eu gosto de criança, mas não tenho dom igual meu pai e minha mãe têm de trabalhar com elas, mesmo assim, eu gosto muito de criança ”.
Derek tem como inspiração o medalhista olímpico Rogerio Sampaio. “Ele foi um grande lutador e uma prova viva de dedicação”. Ele cita ainda o grande ídolo. “Posso dizer que o criador do judô, Jigoro Kano, é um grande ídolo. Foi um grande lutador sim, mas os ensinamentos e filosofias deixado por ele é essencial para tudo hoje”.
Na oportunidade Derek lembra da primeira competição. “Isso faz muito tempo, mas lembro que ganhei o torneio e, por ser criança, não entendia o porquê eu era campeão e estava no pódio número 1 se eu havia ganhado as duas lutas.” Ele cita ainda uma luta inesquecível. “Uma semana antes de uma competição eu quebrei minha costela me tirando totalmente a possibilidade de lutar, porém um dia antes, eu decidi que ia lutar, fingindo que não sentia mais dor, e por isso tive que perder 1kg em uma noite. Chegando lá, ganhei as duas primeiras lutas, sentindo dor, e na terceira o meu adversário entrou uma técnica que acertou minha costela, mas sem querer, e por esse motivo eu me soltei, consequentemente, ele me derrubou o acabou machucando mais ainda, fazendo eu ter que sair com a maca. Após isso, pensei até em desistir das competições, mas meu pai disse que eu não ia pois eu não fiz tudo isso para desistir fácil assim, então, eu continuei, lutei mais duas lutas, sentindo muita dor, ganhei ambas, me fazendo medalhar, mesmo com uma dor horrível”
O nosso convidado fala do adversário mais difícil que enfrentou. “Já lutei com gente que hoje disputa o mundial, mas talvez, minha luta mais difícil foi com um rapaz, cuja nossa luta durou entorno de 12 minutos corridos e, no final, eu consegui acertar um golpe pontuando e ganhando dele”.
Derek fala das dificuldades e o maior sonho. “Eu tenho várias lesões, por condições genéticas ou externas do judô, que atrapalham em todos os treinos ou competições, mas não é o suficiente pra me fazer desistir. Maior sonho é ver o judô ter o reconhecimento que ele deve ter, pois a luta é a menor do judô e ele vai muito além disso”.
Dentre as conquistas Derek cita o segundo lugar de vários Campeonatos Paranaenses e Juventude, e uma convocação para um treino no centro de excelência nacional em São Bernardo do Campo (SP).
O judoca fala como é sua preparação antes de uma luta. “Costumo preparar meu corpo para resistência física, pois o judô demanda muito durante as lutas. Não penso na luta e nem no adversário, deixo minhas concentrações toda para a hora da luta, além de ouvir dicas do meu pai”
Durante a resenha Derek fala dos benefícios que o Judô traz para uma pessoa. “O principal é o respeito, todo judoca se respeita, sendo adversário ou não, eu, por exemplo, amo ir competir e me encontrar com meus amigos mesmo que, uma hora depois, vamos estar em uma tatame lutando um contra o outro. Para ser um bom judoca deve ser alguém que respeita todos independentemente, alguém que corra atrás dos sonhos e alguém que procure seguir os princípios básicos do judô: Jita Kyoei (melhor uso da energia) e Seiryoko Zenyo (prosperidade e benefício mutuo)”.
O nosso convidado faz uma avaliação sobre o judô mourãoense e brasileiro. “Na nossa cidade o judô está indo muito bem, cada vez mais crescendo e podendo alcançar mais pessoas que conhecerão os benefícios de judô, além de que estamos tendo bons resultados em competições. O judô brasileiro é um dos maiores do mundo, tanto é que a Mayra Aguiar é a atleta brasileira com maior número de títulos em competições internacionais e nacionais. Vale lembrar também que o judô é o esporte que mais traz medalhas para o Brasil nas Olimpíadas”.
No final da resenha Derek fala sobre o que é o judô e o que representa em sua vida. “O judô para mim é a vida, sei que sem o judô não seria nem teria 1% do que tenho hoje e sei que com ele ainda serei mais e muito mais. A modalidade representa suavidade, não é à toa que o significado do judô é “caminho (Do) suave (Ju)”, pois ele ensina muitas coisas que servem para manter a tranquilidade e a auxiliar no decorrer da vida”.